Leonor Bianchi
A história do choro através da imprensa destaca uma matéria publicada no jornal Correio da Manhã sobre o depoimento do músico Jacob do Bandolim ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, em 1967, para a Coleção Depoimentos para a posteridade.
A Coleção Depoimentos para a posteridade
A coleção Depoimentos para Posteridade é constituída a partir da gravação, em áudio e vídeo, de depoimentos prestados por personalidades vinculadas aos diversos setores da cultura, das áreas de literatura, teatro, esportes, música, artes plásticas, cinema, jornalismo, televisão, ciência, rádio e educação. Atualmente são mais de 1.100 depoimentos que perfazem aproximadamente quatro mil horas de gravação, disponíveis para consulta no museu. Além dos depoimentos individuais, existem também depoimentos coletivos, nos chamados Projetos Especiais, que reúnem vários depoentes para falar sobre um determinado tema.
A coleção Depoimentos para Posteridade é resultado de um projeto pioneiro, criado um ano depois da fundação do Museu, em 1966.
O primeiro entrevistado da série foi João da Baiana, em 24 de agosto de 1966. Logo em seguida, Donga e Pixinguinha concederam seus depoimentos. No início da série não havia uma metodologia de entrevista pré-estabelecida. O único pressuposto era de que a prioridade dos depoimentos fosse concedida aos mais velhos. A escolha pelo depoimento de Chico Buarque em dezembro de 1966, aos 22 anos de idade, entretanto, quebra esse protocolo.
Em 1990, se estabeleceu que os depoimentos seguiriam a metodologia usada nos programas de história oral, a mesma utilizada até os dias de hoje. Após a escolha do depoente, seus dados biográficos são levantados pela equipe do MIS e uma pauta é escrita desde o período de nascimento do entrevistado até os dias atuais. Esta pauta é submetida ao depoente para aprovação.
Além dos depoimentos de João da Baiana, Donga e Pixinguinha, foram identificados cerca de oitenta depoimentos de personalidades que se relacionam com o choro. Entre eles estão os depoimentos de Altamiro Carrilho, Radamés Gnattali, Joel Nascimento, Luperce Miranda, Waldir Azevedo, Claudionor Cruz, Pedro Caetano, Paulinho da Viola, Abel Ferreira, Raul de Barros, Manezinho Araújo, Paulo Moura, entre outros.
Segundo informações do site do MIS, acoleção está em bom estado de conservação, tendo sido digitalizada. Está acessível através da consulta presencial na sede do MIS.
O acervo do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro/MIS-RJ é constituído por 34 coleções com cerca de 330 mil itens que reúnem documentos nos mais variados suportes, como discos, fitas de áudio e vídeo, películas, fotografias, partituras, documentos textuais, documentos bibliográficos e objetos tridimensionais.
O acervo é formado a partir de coleções particulares de pessoas e instituições vinculadas à cultura e, em especial, à música — compositores, cantores, maestros, radialistas, críticos musicais e produtores de discos dentre outros.
As primeiras coleções adquiridas no momento da fundação do MIS, em 1965, foram as dos fotógrafos Augusto Malta (1864-1957), Guilherme Santos (1871 – 1966) e do radialista, cantor e pesquisador musical Henrique Foreis Domingues (1908-1980), conhecido como Almirante. Estas foram as únicas coleções obtidas por compra. As demais coleções chegaram ao museu por meio de doação.
Das 34 coleções do MIS, a palavra choro ou variantes do choro foram encontradas em 20 coleções:
Coleção Almirante;
Coleção Braguinha;
Coleção Depoimentos para a Posteridade;
Coleção Discoteca Pública do Distrito Federal;
Coleção Elizeth Cardoso;
Coleção Hermínio Bello de Carvalho;
Coleção Herivelto Martins;
Coleção Irmãs Batista;
Coleção Jacob do Bandolim;
Coleção Jorge Murad;
Coleção Lúcio Rangel;
Coleção Luiz Carlos Saroldi;
Coleção MIS (doação avulsas);
Coleção Nara Leão;
Coleção Odete Amaral;
Coleção Paulo Tapajós;
Coleção Rádio Nacional;
Coleção Sérgio Cabral;
Coleção Waldir Azevedo;
Coleção Zezé Gonzaga.
Fonte da matéria jornalística: Hemeroteca Digital Brasileira
Informações sobre a Coleção Depoimentos para a posteridade: Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro
Foto que ilustra o artigo no baner da home page do site: Revista Radiolândia, Hemeroteca Digital Brasileira.
