Viriato Figueira da Silva


Por Leonor Bianchi

Nasceu em Macaé no ano de 1851 e tornou-se um ás da flauta no Rio de Janeiro, capital do império, ocupando lugar de destaque entre os grandes criadores de sua época, vindo a falecer de tuberculose em 24 de março de 1883.

Fundador de uma escola “chorona” que teve como artífices seus grandes amigos Joaquim Callado, Luizinho, Juca Valle e muitos outros, sempre foi reverenciado pelos principais músicos do país, principalmente pelos chorões que legaram dessa turma a maneira exímia, fogosa, malemolente e tão nossa de tocar.

Viriato na primeira página do jornal O Mequetrefe de 10 de maio de 1883.

Viriato na primeira página do jornal O Mequetrefe de 10 de maio de 1883.

Criador principalmente de polcas, foi dos primeiros que se tem noticia de ter feito uma polca em tom menor.

Foi aluno de Henrique Alves de Mesquita, compositor, maestro, trompetista e organista, um dos músicos mais atuantes do século XIX, criador do tango brasileiro, um dos gêneros formadores do Choro. Viriato foi um dos primeiros solistas de saxofone no Brasil.

Com a morte de Callado, em 1880, passou a integrar o conjunto “Choro Carioca” no lugar do amigo aos 29 anos, até falecer, três anos depois.

A importância de Viriato é enorme na formação do idioma do Choro. Compositor da primeira geração, um dos pais do “abrasileiramento” da polca europeia tão em voga na corte, naquele tempo, instrumentista popular de festas, saraus e bailes, mas também destacado integrante de orquestras.

Teve uma atuação muito forte como podemos notar em depoimentos sobre ele feitos na década de 30 e em manuscritos de suas musicas em cadernos de chorões de 50 anos depois de sua morte. Suas musicas são um verdadeiro legado do nascimento desse gênero musical brasileiro.

Segundo o professor e flautista Pedro de Assis, Viriato “empreendeu com grande êxito artístico e financeiro uma turnê às capitais nortistas algum tempo depois de ter feito a mesma digressão o maior flautista do mundo, o célebre Mathieu-André Reichert”.

Em 2001 completaram-se 150 anos de nascimento deste grande musico. Neste período, Viriato teve suas músicas tocadas e gravadas por mestres e aficionados do Choro. Até, aproximadamente, a década de 1930 era o papa da flauta brasileira ao lado, claro, de Callado.Todos os chorões tinham em mente a grandiosidade deste músico.

Depois vieram Pattápio Silva, Pixinguinha, Benedicto Lacerda, Altamiro Carrilho e passaram a ser lembrados com mais frescor de memória e com muito merecimento também. Mas estes virtuosos sempre legaram a Viriato o lugar supremo no panteão da flauta brasileira.

Apesar de poucas notícias sobre sua vida (sabe-se que morou na Rua Ana Néri no subúrbio do Rio de Janeiro), sua lembrança está viva nas músicas que compôs, no assombro que causou em seu tempo e que ficou impregnado em gerações e mais gerações de chorões.

 

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Author: imprensabr

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