Leonor Bianchi
Segundo muitos chorões, como Maurício Carrilho, por exemplo, Antônio Maurício Barros, o Barros, é um dos grandes luthiers de choro, hoje, no Brasil e no mundo. Seu mérito está em ter conseguido atingir, na construção do violão de aço – de sete cordas, principalmente -, a sonoridade e a proposição de pegada muito semelhante a do violão de Dino 7 cordas. São violões que carregam a sonoridade do choro, consideram os chorões.
Barros nasceu na cidade de Senador Firmino, Minas Gerais, em 27 de novembro de 1945. Filho de marceneiro e neto de luthier, começou muito cedo a trabalhar na marcenaria do pai, seguindo a profissão da família.
Não satisfeito, permaneceu como marceneiro até 1964, quando estabeleceu-se no Rio de Janeiro para prestar o serviço militar. No exército aprendeu a profissão de mecânico, que era seu sonho. Anos mais tarde, veio a ser funileiro de automóveis, atividade que exerceu por 25 anos.
Sempre ligado na música, ao final dos anos 1980, o luthier sentiu saudades e resolveu voltar a trabalhar com madeiras, só que desta vez por livre e espontânea vontade. Montou uma pequena marcenaria para fazer reparos em instrumentos de cordas e em 1994 começou a construir seus primeiros violões. Nesta época, ele ainda trabalhava na mecânica durante o dia e à noite construía violões.
Em 1995, uma nova mudança. Barros procurou Jô Nunes, um famoso construtor de violões do Rio de Janeiro e o experiente luthier ajudou o novato, ensinando-lhe algumas técnicas importantes na construção de violões.
A partir daí, Barros começou a construir bons instrumentos feitos com as melhores madeiras do mundo para a categoria: ébano, jacarandá brasileiro, pinho, dentre outros.
Seu trabalho é reconhecido em todo Brasil por grandes músicos e também no exterior, em países como Estados Unidos, Canadá, Argentina, França, Espanha, Holanda e Japão.