Leonor Bianchi
Há 57 anos, em 31 de outubro de 62 nascia, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, Raphael Rabello.
Já aos 13 era um virtuose ao violão de 6 cordas, passando rapidamente para o de 7. Estabeleceu contato com os maiores instrumentistas de sua geração e de gerações anteriores.
Sua carreira meteórica foi contada pelo jornalista Lucas Nobile numa matéria em homenagem aos 50 anos do violonista, falecido em 1995, prematuramente aos 35 anos, para o jornal Folha de São Paulo, em 2012. E foi durante o processo de pesquisa para a redação da matéria, que o jornalista percebeu a ausência de informações sobre Raphael Rabello.
Como o próprio jornalista conta num podcast gravado exclusivamente para a Revista do Choro, essa falta de informação sobre o violonista foi sua motivação para escrever o livro Raphael Rabello: o violão em erupção, lançado no ano passado pela editora 34.
Nobile afirma que o livro não esgota a biografia do violonista, mas considera que o livro abre um Norte para aqueles que desconheciam a figura do instrumentista, possibilitando a difusão da obra de Raphael Rabello para um maior número de pessoas.
O livro tem um enorme valor em nível cultural, histórico e documental por ser a primeira biografia de Raphael Rabello, única até o momento, e por trazer um vasto conteúdo imagético revelando de forma inédita o baú de Raphael Rabello, aberto depois de mais de 50 anos para o público.
Neste artigo apresento algumas imagens publicadas no livro, que traz ainda dezenas de outras fotografias com Raphael Rabello em rodas de choro e palcos Brasil afora com centenas de instrumentistas. O livro também traz imagens das capas de todos os discos de Raphael Rabello.
Busquei ilustrar o artigo com as imagens que mostram a intimidade do violonista, desde sua infância, como a primeira fotografia de Raphael Rabello num cesto de bebê e outras, como o caderno de anotações onde ele escrevia seus repertórios, a capa de uma fita k7 com nomes de músicas de Dino 7 cordas, anotações do seu luthier durante a construção de um de seus violões, assim como cartas que ele dedicou aos pais.
Raphael Rabello se foi, contudo sua obra é eterna. Não há um estudante de violão no Brasil que não conheça a pegada e a escola deixada pelo violonista, aluno de Meira.
Para o choro, Raphael também deixou enorme contribuição. Quem nos conta mais sobre este aspecto é o jornalista Lucas Nobile no podcast que você pode ouvir agora, aqui na Revista do Choro.