Livro “Waltel Branco, o maestro oculto” foi produzido após oito anos de pesquisas e mais de 50 entrevistas
O maestro, instrumentista, arranjador, compositor e diretor musical Waltel Branco (1929-2018) passou boa parte da sua vida entre partituras, bojos e cordas, nos maiores estúdios do país. Ladeado por grandes nomes da música, a lista das estrelas com quem conviveu e trabalhou, especialmente como arranjador e produtor é incrível. João Gilberto, Dizzie Gillespie, Radamés Gnattali, Astor Piazzolla, Tim Maia, Quincy Jones, Dom Salvador, Marcos Valle, Raul de Souza, Mongo Santamaria, Garoto, Andrés Segovia, Laurindo de Almeida, Nat King Cole e Elizeth Cardoso são apenas alguns dos protagonistas das histórias vivenciadas em sua carreira.
Porém, Waltel dedicou muito tempo à música e quase nada para resguardar sua própria história. Apesar de ter atuado por longos períodos junto a grandes veículos de comunicação, como a Rádio Nacional e a TV Globo, e a algumas das principais gravadoras do Brasil, terminou sua vida com poucos registros e quase nenhuma fama. Sequer possuía exemplares da maioria dos seus próprios discos.
Envolto em uma série de mitos, Waltel tinha fama de ser distraído e descuidado entre músicos e pesquisadores, contribuindo para que sua história fosse difícil de ser resgatada em detalhes. Coube ao jornalista Felippe Aníbal organizar esse complexo quebra-cabeça ao longo de oito anos, período em que realizou mais de 50 entrevistas com músicos, produtores e críticos musicais e dedicou-se a uma rica pesquisa documental em jornais, revistas e fichas técnicas de gravações, traçando o panorama completo da trajetória do maestro. A biografia “Waltel Branco: o maestro oculto” foi lançada pela editora Banquinho e pode ser adquirida no site www.waltel.com.br.
Uma parte da história da música brasileira
“Waltel estabeleceu parcerias e conviveu com personalidades de matizes tão variados que é possível contar a história da música brasileira da segunda metade do século XX pra cá por meio da história do maestro. Duvida?” – desafia o autor.
Ao longo de quase nove décadas de vida, o músico exibiu múltiplas facetas – de instrumentista, compositor, arranjador, maestro e diretor musical. Todas se complementavam, sempre sob seu modo bonachão e avoado, incensadas por sua genialidade. Esteve no epicentro da Bossa Nova, integrou o conjunto que deu contornos ao sambalanço e foi assíduo nos palcos do Beco das Garrafas. Nos estúdios das principais gravadoras do país, arranjou discos que foram marcos em gêneros diversos, do samba-canção à MPB, do soul ao brega, do jazz-fusion ao samba, do rock ao popular. Além de ter feito parte do time da Rádio Nacional, Branco foi um dos arranjadores e diretores da Rede Globo que cunharam e sedimentaram uma linguagem musical que ajudou a tornar as telenovelas um dos mais bem-acabados produtos da cultura de massa no planeta. Isso sem falar nas aventuras do maestro pelo mundo afora.
“Era o músico mais completo que eu conhecia”, relembra Roberto Menescal, na apresentação do livro. “Tive o privilégio de trabalhar com o Waltel, principalmente na Rede Globo, onde ele foi importantíssimo para a criação da linguagem musical em televisão, criando muitas trilhas para novelas e programas diversos. Participamos juntos de muitas gravações com outros artistas e em várias trilhas”, conta o músico, considerado um dos fundadores da Bossa Nova.
Projeto realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba. Incetivo do Hospital IPO, Instituto de Oncologia do Paraná e Centro Diagnóstico Água Verde.
Ficha técnica Waltel Branco: o maestro oculto Autor: Felippe Aníbal Editora Banquinho, 2023 Páginas: 508 Valor: R$ 80,00 Mais informações e pré-venda: www.waltel.com.br
Acompanhe aqui na Revista do Choro uma entrevista exclusiva com o autor Felippe Aníbal.