Leonor Bianchi
Recebi muitas mensagens de muitos chorões e pesquisadores de música brasileira, ao longo dos últimos 15 dias, surpresos com as minhas denúncias relativas ao aprisionamento do acervo de Jacob do Bandolim depois que o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, detentor do acervo de Jacob do Bandolim, através da assessora da presidência do museu, a senhora Mariana Pontim, se recusou a dar entrevista para a Revista do Choro, quando eu desejava prestar uma homenagem a Jacob do Bandolim na data do seu aniversário, dia 14 de fevereiro.
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Após este fato, iniciei uma série de vídeos no canal da Revista do Choro no YouTube denunciando o que essa senhora havia feito aqui, e todo o caminho que percorri ao longo dos últimos oito anos tentando diálogo com os detentores do acervo de Jacob do Bandolim, e como eles me trataram desde sempre.
Abri, então, uma nova perspectiva para analisar a história que foi contada ao longo dos últimos 50 anos sobre Jacob do Bandolim, e descobri que existe um grande projeto para levar o nome de Jacob do Bandolim adiante como sendo um o herói branco da música popular brasileira, o grande amigo do maestro Pixinguinha…
Mas a história não é bem essa. Quando nos aprofundamos nos textos, nas biografias mal escritas, nos depoimentos de músicos que conheceram Jacob, encontramos direcionamento por parte dos pesquisadores, percebemos que há uma condução da história para essa rota previamente estabelecida, e que esses pesquisadores desejam conduzir a história e moldar a personalidade de um Jacob sempre muito gente boa.
O que percebi fazendo uma simples análise do discurso é que diversas falas de Jacob do Bandolim direcionadas a Pixinguinha são em tom de bullying e destratamento em diversos momentos do depoimento do Pixinguinha ao Museu da Imagem e do Som, em 1968.
Não somente! Também encontramos condutas, posturas que revelam um Jacob do Bandolim fascista e psicopata, como por exemplo, as gravações telefônicas que ele fazia para diversas pessoas, inclusive, para Pixinguinha, sem avisá-las de que estava gravando.
Nessa Live eu convido você a ouvir um pouco sobre uma perspectiva nova dessa mal contada biografia de Jacob do Bandolim; uma perspectiva que revela um homem que agia premeditadamente, com interesses próprios, que tinha uma conduta racista e fascista disfarçada de boa gente.
Na Live eu coloco pra vocês ouvirem diversos áudios que recebi de um músico de São Paulo comentando suas impressões sobre Jacob do Bandolim e sobre essas denúncias que eu tenho feito sobre o aprisionamento do acervo do músico contraditório.
Além desses áudios, eu também leio uma mensagem de texto que recebi de um músico do ambiente do choro, mas que também transita na música erudita, e que passou muitos anos fora do Brasil, tem diálogo com outros músicos, e conhece profundamente um certo núcleo de choro estabelecido no centro histórico do Rio de Janeiro com uma base na Urca. Este músico revela uma situação absolutamente inadmissível que viveu com professores dessa escola de choro num encontro em Mendes, RJ, há alguns anos atrás, numa oficina de choro, onde ele foi discriminado pelo fato de ser negro e não ser da patota que estava ali dominando a cena.
Este músico, após relatar que viveu, deixa como sugestão de pauta tratarmos sobre o racismo dentro do choro. Sugestão aceita! Obrigada!
E eu ainda vou mais adiante: quero falar agora sobre racismo, sobre a mulher no choro, e também sobre os gays, porque até onde eu vejo ninguém se declara gay numa roda de choro nem o homem nem a mulher. Eu estou há oito anos fazendo a Revista do Choro e nunca vi diretamente alguém se dizer gay dentro desse ambiente. É de fato um ambiente extremamente moralista, machista, e as pessoas que são gay ficam na delas, devem ter medo de revelar sua opção sexual para não perderem trabalho.
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Vamos levar este conteúdo adiante e contar a história do choro de forma correta, fora dos auspícios dos detentores dos acervos do Bandolim, fora da patota que insiste em dominar há décadas os editais de choro no Rio de Janeiro.
Retificando
Sidney Castelo Branco é biógrafo do flautista Benedicto Lacerda, e não de Pixinguinha. Troquei de forma muito espontânea falando sobre o fato do Benedicto ter roubado, ou não músicas do Pixinguinha.
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