Leonor Bianchi
Com mais de 200 anos de história – oficial -, seria impossível contar em detalhes a história de Nova Friburgo neste breve artigo para tentar inserir neste contexto a presença do choro na cidade.
Nova Friburgo foi fundada através de um decreto real assinado por Dom João VI, em 16 de maio de 1818.
A cidade foi fundada a partir da instalação de uma colônia de famílias suíças na Fazenda do Morro Queimado, no distrito de Cantagalo, no Rio de Janeiro. O nome Nova Friburgo foi escolhido em homenagem à cidade de Friburgo, na Suíça, de onde partiu a maioria dos imigrantes.
Não somente pelo fato de a sede da Revista do Choro estar em Nova Friburgo, mas também por isso, estudo, há 30 anos a história desta região.
O choro em Nova Friburgo: algumas personagens
Eduardo das Neves
No que tange ao choro, escrevi, em 21 de novembro de 2018, o artigo “Eduardo das Neves: um cantor de lundus e choros na Nova Friburgo do século XIX”.
Mas o que traria o ‘Palhaço Negro’, um dos cognomes de Eduardo das Neves, ou também Dudu das Neves, para Nova Friburgo não seriam problemas de saúde, mas sim a arte.
Eduardo das Neves foi pioneiro na gravação de discos no Brasil.
O ‘Crioulo Dudu’, como ele mesmo se auto-intitulava, fazia parte da cultura circense e veio para Nova Friburgo acompanhando uma companhia de artes que se apresentara na cidade. O ano exato em que ele esteve na pela primeira vez em Nova Friburgo eu não sei dizer, mas o fato é que, apaixonado pelo lugar, passou a visitar Friburgo sempre.
Villa-Lobos estreou num teatro de Nova Friburgo, onde tinha família
Escrevi também sobre a estreia de Heitor Villa Lobos, que aconteceu em 1915, no Theatro Dona Eugênia. Além disso, Villa teve outra relação com Nova Friburgo: a irmã do seu pai, tia Zizinha, morava na cidade.
Theatro Dona Eugênia, Nova Friburgo, 1915, onde Heitor Villa-Lobos fez seu primeiro concerto, há um século. Fonte: História de Nova Friburgo
Não podemos esquecer que esta seria sua primeira audição pública, e que, de Nova Fribugo, deste dia em diante, Villa levou para o mundo inteiro o nome da cidade, em função deste fato marcante em sua carreira como músico.
Clique aqui para ler na íntegra o artigo No mês do centenário de seu concerto lendário em Nova Friburgo, a Revista do Choro relembra a passagem de Villa-Lobos pela cidade
A maior patente do rádio
Nas décadas de 1930, 1940 e 1950 Henrique Foréis Domingues, o Almirante, fora um dos maiores nomes da Era de Ouro do Rádio no Brasil.
Pesquisando a biografia do comunicador, apresentador, radialista, compositor, cantor, instrumentista, Almirante, soube que seu pai precisou mudar com toda a família do Rio, capital, para a cidade de Friburgo, para trabalhar como diretor da maior fábrica e empregadora da cidade daquela época: a Ypu. Isso faz cerca de 110 anos este ano, pois os registros desta passagem de Almirante na cidade descrevem que seu pai chegou por volta de 1915 em Nova Friburgo.
Almirante
Nessa época Henrique era uma criança, e foi em Friburgo que ele vivenciou experiências especiais guardadas numa memória cheia de poesia, cores, cheiros, e que o influenciaria para toda sua vida. Parece que a paisagem da natureza e o ar puro que ele respirou na infância, enquanto morou e viveu em Nova Friburgo, fossem seu combustível para ser aquele ser humano de tantas qualidades, facetas, criatividade e originalidade que ele foi.
Almirante também foi musicólogo, folclorista, pesquisador e colecionador.
Educação patrimonial para o choro
Este material integra o projeto de educação patrimonial para o choro: O choro em Nova Friburgo: personagens e histórias.
Para saber mais sobre o projeto e solicitar uma apresentação, entre em contato com o whatsapp (21) 99813-9532.
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