Leonor Bianchi
“Cuida bem do meu violão, pois foi com ele que sustentei vocês”. Com esta frase, Tute, o introdutor do 7 cordas no Brasil se despediu do seu instrumento e recomendou à família que cuidasse do seu melhor amigo, antes de morrer. Após sua morte, seu violão foi doado ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro numa singela cerimônia, que contou a presença de ilustres companheiros do músico, como, por exemplo, Pixinguinha.
O recorte da imprensa que destaco neste artigo é do dia em que o violão de Tute foi doado ao Museu da Imagem e do Som por sua família. A notícia saiu discreta, numa nota dada no rodapé de uma página qualquer da editoria Geral do jornal Correio da Manhã de sexta-feira, 13 de janeiro de 1967.
O introdutor do 7 cordas no choro
O mais importante, talvez, a ser dito sobre Tute foi que ele foi o introdutor da sétima corda no violão de seis, no Brasil, nas rodas de choro que eram feitas no Rio de Janeiro. Construiu seu próprio instrumento dando início ao que conhecemos hoje como o 7 cordas do choro, imortalizado pelos dedos, mãos e braços de Orodino Silva, o Dino 7 Cordas, Raphael Rabello… hoje de forma virtuosa executado também por mulheres, como Márcia Ermelindo Taborda, Paola Pinchersck e Lia Meyer Ferreira, só para citar algumas das nossas choronas sete cordas.