Lucas Fiuza e Regional Maria Boa


Leonor Bianchi

Esta semana conversei com o músico Lucas Fiuza, que acaba de lançar seu primeiro CD autoral: Lucas Fiuza e Regional Maria Boa…

Regional Maria Boa

Regional Maria Boa

“Olá, Leonor! Tudo bem?

O Cd intitulado Lucas Fiuza e Regional Maria Boa, conta com 10 músicas, todas composições minhas e é meu primeiro trabalho lançado. São músicas que venho fazendo ao longo dos anos em que me utilizo do choro como fio condutor e resolvi registrá-las em estúdio. Para isso contei com o Regional Maria Boa, que se formou há dois anos e vem estudando, divulgando o choro em bares, eventos e restaurantes da cidade de Londrina. A base dele é Thiago Marinho na percussão geral, Wellington Ramos no cavaco e João Gabriel Alves no violão. Participaram do álbum três convidados especiais, Miguel Santos no acordeom na música “Perseverança”, uma polca misturada com maxixe; Annalisa Powell, na música “Delicadeza”, um choro tradicional, com nossa australiana favorita, que mora há alguns anos no Brasil, e Wag Collins no violino, na valsa “Girassol”.

O Cd conta com algumas particularidades, além das misturas de estilos dentro do gênero choro, citadas em “Perseverança” há também choros com influência de música latina em “Guasca” e pitadas da música espanhola em “Céu de Espanha”.

O álbum traz as características de tudo o que eu escutei e toquei durante toda a minha vida. Formei-me com o prof° Ricardo Grion em Violão Erudito, no Conservatório de Tatuí, onde participei de projetos, como arranjos para orquestra de violões da obra dos Beatles, além das aulas individuais e de repertório variado. Posteriormente, iniciei, na minha cidade natal, Itapetininga, meus estudos na Escola Livre de Música Municipal, que tem muitos professores do Conservatório pela proximidade entre as duas cidades.

Com o professor Alexandre Bauab fiz aulas de violão, harmonia e em grupo. Retornei a Tatuí e tomei contato com outros músicos fantásticos na área do choro que estão por aí perpetuando o gênero pelo país e fora também.

Mudei-me para Londrina em busca de novas oportunidades e tomei contato com os chorões da cidade, do Clube do Choro de Londrina, participei do Regional Vila Brasil, grupo que se conheceu no Festival de Música de Londrina, e agora participo do Regional Maria Boa.

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Fez parte também da minha formação musical a Bossa Nova, por isso é possível observar hora ou outra o encadeamento que aprendi com Tom Jobim através dos discos. Outra referência minha que fez parte de toda a minha adolescência é o Rock, que pode ser observada em “Guasca”, que tem intenção parecida com a música “Lvia Viaquez” do The Mars Volta. A música “Braga” tem influência da música “Então chora bandolim”, do carioca Luiz Otávio Braga, principalmente no final dela, que tem um clima interessante e que na minha composição é sentida mais em sua introdução. O gosto pelo humor está presente no maxixe “Curiosa”, em que o nome foi dado por causa de uma menina de 9 anos, a Bia, amiga da minha família, que um dia em que ela estava em casa e já tínhamos brincado de várias coisas, resolvi ficar no meu cantinho e finalizar as composições que entrariam para esse álbum. Ela ficava me interrompendo enquanto eu estava escrevendo a música no meu caderno e perguntava: “O que você está fazendo, tio?”. E eu respondia: “Estou compondo Bia”. Ela saia e voltava de cinco em cinco minutos e perguntava o mesmo e eu respondia novamente a mesma coisa. Como o maxixe ainda estava sem nome, a intromissão da menina me fez intitular a música de “Curiosa”. O choro “Simpatia” foi feito em homenagem ao cavaquinista brasiliense Léo Benon, que esteve em uma edição do festival de Londrina e, ao final daquela semana intensa com os chorões brasilienses acabei compondo este choro de forma intensa em menos de dois dias e resolvi homenageá-lo”.

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Author: imprensabr