Por Leonor Bianchi
O centenário de nascimento do grande chorão e trombonista Raul de Barros será no próximo dia 25 de novembro e a Revista do Choro não deixará a data passar em branco.
Raul de Barros, compositor de um dos choros mais conhecidos no repertório dos que se dedicam a tocar este gênero – Na Glória -, viveu o auge dos tempos das gafieiras e em cima deste ambiente trabalhou intensamente como instrumentista e compositor brasileiro.
Sua intimidade com a música e os instrumentos de sopro começou quando tinha 8 anos. Nessa idade já estudava e tocava saxofone (sax horn) em bandas, e na década de 1930 passou a viver da música com trabalhos permanentes em bailes e clubes dos subúrbios do Rio de Janeiro.
Nas rádio, trabalhou na Tupi, Nacional e Globo. Integrou a famosa orquestra do Copacabana Palace, na época sob a regência do Maestro Carioca. Tocou e gravou na orquestra RCA Victor ao lado do Mestre Pixinguinha e na década de 1960 teve sua própria orquestra. Raul de Barros gavou 48 discos.
Inventou o “hot samba” e foi referência para inúmeros trombonistas brasileiros, inclusive Raul de Souza, que tomou-lhe emprestado o nome artístico (seu verdadeiro nome é João).
Excursionou pela América do Sul acompanhando outros artistas e em 1966 foi para o Senegal participar do Festival de Arte Negra de Dacar.
Nos anos de 1970 e 1980 trabalhou em redes de TV fazendo jingles para campanhas publicitárias.
Raul de Barros tocou até seus últimos dias. Faleceu em 2009, aos 93 anos na cidade interiorana de Itaboraí, no Rio de Janeiro, de insuficiência pulmonar, deixando uma enorme contribuição para a música instrumental brasileira e para o choro.
Discografia
TROMBONE ZANGADO – RAUL DE BARROS (Trombone) e DILERMANDO PINHEIRO
RCA Pure Gold – 1977
Ouça o clássico LP Todo Choro