A partir de hoje, a Revista do Choro publicará o livro Pensadores do Choro na íntegra para os assinantes da revista. A cada domingo, um novo capítulo será publicado. Abrimos com o artigo do autor contemplado pelo prêmio literário promovido pela Revista do Choro e e-ditora] (www.portaldaeditora.com.br) em 2014, Sergio Aires, Tudo Culpa do Choro – Parte I – Da África para o Brasil.
Boa leitura!
Sergio Aires e
Vanessa Trópico
Pensadores do Choro
1ª edição
Organizadores
Leonor Pelliccione Bianchi e
Rúben Pereira
2015
#e-ditora]
Catalogação na Fonte: Ana Cláudia Carvalho de Miranda – CRB15/261
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Pensadores do choro / Sergio Aires; Vanessa Trópico. – Nova Friburgo: E-ditora, 2015.
126 p.: il.
ISBN: 978-85-5508-004-3
1. Choro – Gênero musical. 2. Música popular brasileira. I. Trópico, Vanessa. II. Título.
CDU: 782/ 785 (81)
O livro Pensadores do Choro é uma publicação da #e-ditora] em parceria com a Revista do Choro.
Editora
Leonor Pelliccione Bianchi
Projeto gráfico, diagramação e revisão de texto
Leonor Pelliccione Bianchi
Ilustração da capa
Arte de Reynaldo Berto [contemplado pelo Edital de Criação da Arte da Capa do Livro Pensadores do Choro]
Todos os direitos desta edição estão reservados à #e-ditora]. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico) ou arquivada em qualquer sistema de banco de dados sem permissão da #e-ditora].
Vendas do impresso e do e-book deste livro
www.portaldaeditora.com.br
Sumário
Apresentação 8
Sobre o autor Sergio Aires 10
Sobre a autora Vanessa Trópico 11
Sobre o personagem do texto de Vanessa Trópico, Adamor do Bandolim 12
A arte da capa e seu criador, Reynaldo Berto 14
Texto 1: Tudo culpa do choro, por Sergio Aires 15
Parte I Da África para o Brasil 16
O estudo do choro 21
Diário das apresentações 23
Professor de flauta 27
A Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba 32
O PRIMA 33
Parte II 36
Pensamentos musicais 36
Estudo do instrumento 37
Sobre música 40
Professor 42
Outras frases 43
Texto 2: O choro marajoara de Adamor do Bandolim e um breve relato da história do choro no Pará,
por Vanessa Trópico 47
Poesia Arquivado 48
Dedicatória 49
Agradecimentos 50
Prefácio, por Carlinhos Gutierrez 51
Introdução 59
Capítulo 1 – No braço de Igarapé do Rio Limão Nasce um Chorão 62
Capítulo 2 – Adamor do Bandolim estreia na Rádio de Macapá 66
Capítulo 3 – A magia de Amilar Brenha e o encontro com o bandolim 68
Capítulo 4 – Arquipélago do Marajó: Palco de vivências e inspirações 71
Capítulo 5 – Padre Giovanni Gallo
e o Museu do Marajó 75
Capítulo 6 – O Choro: Raízes e Solistas 78
Capítulo 7 – O Processo que legitima o Marajó nas pontas dos dedos 86
Capítulo 8 – Um breve relato do choro no Pará: Adamor, Chorões e Amigos 94
Capítulo 9 – Projeto Choro do Pará: a luta pela perpetuação do gênero no estado 105
Capítulo 10 – A música como dom, o Marajó como missão: a luta pelo reconhecimento de sua obra 109
Homenagem à Universidade
Piratas da Ilha de Mosqueiro 115
Galeria de imagens 116
Referências Bibliográficas 124
Apêndice 125
Apresentação
Com o objetivo de fomentar e incentivar a produção literária de novos autores brasileiros, voltada para o gênero musical choro, a #e-ditora] e a Revista do Choro promoveram, em 2014, o primeiro edital Pensadores do Choro.
Durante dois meses, a #e-ditora] recebeu textos de autores de praticamente todas as regiões do país e, após minuciosa análise dos mesmos, apresentamos neste livro os dois trabalhos contemplados pelo edital.
Na categoria Crônicas e Memórias, o paraibano Sergio Aires, instrumentista, professor de flauta e chorão, foi o contemplado com o texto Tudo culpa do choro.
Na categoria Instrumentos, com o texto O choro marajoara de Adamor do Bandolim e um breve relato da história do choro no Pará, Vanessa Trópico, cavaquinista e pesquisadora externa do Grupo de Estudos Amazônicos da Universidade Estadual do Pará, foi a contemplada.
Os textos a seguir, são resultado da experiência, vivência, aprendizado, amor e paixão de dois instrumentistas brasileiros pelo choro.
Do Pará, extremo Norte do Brasil, de onde muito pouco, ou quase nada nos chegam de notícias do choro, se desvela um cenário marajoara riquíssimo culturalmente onde o mestre Adamor do Bandolim, com seu jeito único de compor choro, nos mostra que o gênero nunca foi tão vivo na terra mais cabocla do território brasileiro.
Do Nordeste vem a experiência didática e de vida de um jovem professor, que ao descobrir o choro fora do Brasil, na África, hoje é um difusor entusiasta do gênero, atuando em um projeto de valorização da cidadania através da música para jovens de comunidades em situação de risco social da Paraíba, especificamente João Pessoa.
Os dois textos convergem para a latente necessidade de criarmos mecanismos eficazes e plenos para perpetuar a linguagem musical e didática do universo do choro. As dificuldades do chorão do Marajó e o conclame do professor paraibano para que façamos métodos musicais com o legado do choro, nos mostram o quanto ainda há por ser feito para que nossos chorões e estudantes de musica possam vivenciar seu pertencimento ao Brasil de forma plena. Um, com a tranquilidade de que sua obra está resguardada e outro com a certeza do aprendizado correto e sem deformações culturais. O Brasil onde o choro “é a alegria da tristeza que sorri e se lamenta”, onde se ensina e aprende generosamente de verdade. Este é o Brasil contido neste livro. Um Brasil de pensadores do choro.
O edital contemplou também o artista gráfico paulista Reynaldo Berto, que ilustra a capa do livro com sua arte.
Sobre o autor Sergio Aires
Sergio Aires é paraibano, nascido em João Pessoa, em 30 de junho de 1987.
Formou-se em Comunicação Social em 2008 e, em 2009, aceitou o convite para trabalhar em uma agência de publicidade na cidade de Maputo, capital de Moçambique. Lá descobriu o choro e, após um ano na África, voltou ao Brasil decidido a estudar música.
Em 2013, ingressou na Universidade Federal da Paraíba para cursar o bacharelado em Música.
Hoje é professor do PRIMA – Programa de Inclusão através da Música e das Artes, que leva música de orquestra para comunidades de alto risco social.
Sobre a autora Vanessa Trópico
Vanessa Trópico nasceu em Santo André (SP), mas vive em Belém. Formada em Ciências Sociais com ênfase em Sociologia pela Universidade Federal do Pará – UFPA, atua como pesquisadora externa no GEMAM – Grupo de Estudos Amazônicos da Universidade Estadual do Pará; é concluinte do Curso de Música com habilitação no instrumento de cavaquinho, ministrado pelo Instituto Estadual Conservatório Maestro Carlos Gomes; cursa também ‘Teoria Musical: leitura, escrita e percepção’, o qual é ministrado pela Instituição EMUFPA – Escola de Música da Universidade Federal do Pará; e é membro efetivo da Orquestra de Choro Projeto ‘Choro do Pará’ e do grupo ‘Choro Caboclo’, como Cavaquinista.
Sobre o personagem do texto de Vanessa Trópico, Adamor do Bandolim
Nascido na cidade de Anajás (PA), Adamor do Bandolim é músico autodidata. Iniciou sua trajetória em 1958, participando de um programa de calouros na Rádio Difusora de Macapá. Em suas visitas a Belém conheceu vários chorões da época, como Delival Nobre, Edir Proença, Vaíco, Tota, Catiá entre outros. Em 1979 ingressou no Grupo Gente de Choro. Participou depois dos grupos Novo Som, Sol Nascente, Manga Verde, Oficina e no folclórico grupo do Urubu do Ver-O-Pêso. Em 1992 lançou seu primeiro disco em vinil; Chora Marajó. Em 1999 fez parte do CD Choro Paraense. Participou de vários projetos culturais como: Música na Praça, Preamar e Seresta do Carmo. Em 2004 gravou o CD Adamor Ribeiro – Projeto Uirapuru Vol. VII. Participou do Festival de Choro de Curitiba, concorrendo com outras 91 músicas e ficando com o 17º lugar com a música Choro Brabo. Teve ainda seu nome incluído no livro Trilhas da Música, editado pela Universidade Federal do Pará. Foi tema de TCC das universidades Federal do Pará e Universidade da Amazônia. No ano de 2004, participou do projeto Uma Quarta de Música no Teatro do Centur e teve suas músicas editadas em partituras pelo Instituto de Artes do Pará – IAP. No ano de 2006, apresentou-se em Brasília no XVI Sarau de Deputados ao lado do cantor e compositor Nilson Chaves, da cantora Andréa Pinheiro e do pianista Paulo José Campos de Melo. Em 2007 lançou o CD Choro Amazônico, patrocinado pela Petrobrás. Participou do Projeto de Música Instrumental do Interior, com patrocínio da TIM. Recebeu o Prêmio Destaque da Música 2008 entregue no 22º Baile dos Artistas em Belém. Às véspera de Lançar o CD Lágrimas da minha Ilha, dedicado àquele que muito se esforçou pela região e construção do museu do Marajó em Cachoeira do Ararí, o Padre Giovanni Gallo (o museu possui o maior acervo da cultura marajoara do mundo), Adamor do Bandolim expressa sua gratidão ao pároco que ele diz ter visto ‘arregaçar a batina’ para realizar um dos trabalhos mais expressivos de preservação do patrimônio arqueológico do Marajó. Em 2015, Adamor do Bandolim foi enredo da escola de samba de Mosqueiro, Universidade do Samba Piratas da Ilha, com o enredo Adamor do Bandolim 40 anos de Glória e Tradição.
Sobre a arte da capa e seu criador, Reynaldo Berto
O edital Pensadores do Choro também criou uma categoria para produção da arte da capa do livro e quem venceu o mesmo foi o artista gráfico paulista Reynaldo Berto.
Autodidata, Reynaldo sempre chamou a atenção dos professores pelo seu talento artístico. Aos 20 e poucos anos, com o falecimento do pai, precisou assumir a empresa da família na área farmacêutica, mas não demorou muito para perceber que não levava jeito para a administração, e abandonou tudo para viver de arte.
Seu antigo companheiro de balada, um fusca, tornou-se o ícone de seus desenhos, permitindo ao observador penetrar no mundo divertido de suas coloridas telas. Os endereços mais famosos do mundo já serviram de cenário para os painéis de Reynaldo Berto tendo o fusquinha sempre como personagem principal, mas a cidade mais homenageada pelo artista até hoje é São Paulo, com seu trânsito caótico. A neurose e o estresse tão característicos da metrópole desaparecem na visão do artista, que retrata a maior cidade do país como símbolo de cor e alegria. Independentemente da paisagem, Reynaldo costuma definir seu trabalho como um naif ultracontemporâneo devido à riqueza dos detalhes e à modernidade do traço. Conheça mais sobre o artista e seu trabalho no http://www.reynaldoberto.com.br/3.0/
Tudo culpa do choro
Sergio Aires
Parte I – Da África para o Brasil
Conheci o choro em Maputo, capital de Moçambique. Foi preciso estar a 8.314 quilômetros do Brasil para que eu abrisse meus ouvidos ao gênero. O regional era composto por sete e seis cordas, cavaquinho, pandeiro e flauta. Lembro perfeitamente da plateia pedir Odeon, já que o grupo chegava ao fim da apresentação e ainda não tocara o clássico de Nazareth. O choro aconteceu à noite, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, um espaço que fica ao lado da Casa de Ferro, construída por Gustav Eiffel – o mesmo da Torre -, e que, curiosamente, nunca foi habitada, já que o sol escaldante transforma a casa em sauna.
Eu tinha 22 anos quando prestei atenção àquela mistura de desplante e melancolia que brotava do repertório do regional de alunos da USP. Encantei-me profundamente e decidi, a partir daquele dia, estudar música com afinco. Assim fiz; assim faço até hoje. Formei-me em Comunicação Social em 2008, mas o ano em questão era 2010. Hoje, 2014, estou no terceiro período do curso de bacharelado em música da Universidade Federal da Paraíba. Meu nome é Sergio Aires e este texto conta a história de como o choro despertou em mim a coragem de largar um emprego fixo – e bem remunerado – para me arriscar na senda capitosa da música. Curiosamente, o instrumento que estudo é a flauta transversal.
Voltando a Moçambique: a apresentação acabou e eu fui direto paquerar com a flauta. Sempre tive flauta doce em casa, mas sonhava em tocar a transversal. Dali, conheci o pandeirista, que acabou se tornando um grande amigo. Seu nome é João Gabriel Fideles, hoje baterista do Caixa Cubo – grupo de música instrumental brasileira que recentemente gravou com Nailor Azevedo (Proveta). Na mesma noite, no bar Gil Vicente, conheci Guilherme Sparrapan (sete cordas). Nesse encontro ouvi uma frase que nunca saiu da minha mente: “Música é o que você pode fazer de melhor, no menor espaço de tempo possível”, disse Guilherme.
Esses acontecimentos, tendo o choro como principal influência, fizeram-me comprar um violão e começar a estudar teoria musical, solfejo e o próprio violão clássico. A flauta não cabia no orçamento. Assim, minha primeira escola de música formal foi a Escola Nacional de Música de Moçambique, somada às aulas de violão que aconteciam em casa.
Confesso que os estudos de violão só duraram quatro meses. A razão é que eu ganhei a tão sonhada flauta transversal. Era meu aniversário e três amigos atenderam meu pedido: fizeram a costumeira vaquinha e, de surpresa, deram-me o instrumento de presente. A partir desse dia, minha rotina de estudo ganharia outro ritmo, além de muito mais disciplina e entusiasmo.
De volta ao Brasil, depois de um ano na África, continuei os estudos da flauta com um professor particular que, por insistência minha, incluiu o choro na metodologia de ensino. Deu certo: ele fazia arranjos para dueto e fui aprendendo a tocar flauta com Carinhoso, Vou Vivendo, Naquele Tempo, Odeon e tantos outros choros a duas vozes. Seu nome era Marcius Caetano, estudante de licenciatura em música da universidade.
O choro tem uma particularidade que vai muito além do aprendizado musical e que aguça, imensamente, a curiosidade de quem começa a conhecê-lo: choro é história. E o melhor: é História do Brasil. O que é o brasileiro, senão a mistura do branco, negro e índio? O que é o choro, senão a mistura da melodia europeia, do ritmo africano e da melancolia indígena? Conhecer o choro é permitir se autoconhecer.
Com pouco mais de um ano de estudo intenso, conheci um professor de física que tocava violão de sete cordas na cidade em que nasci, e moro: João Pessoa. Ele já tinha nome de chorão: Pelágio Nerício. Através dele, conheci duas pessoas que poderiam perfeitamente ser personagens de um documentário: Seu Ednor, bandolinista de 84 anos, e seu melhor amigo e rival no bandolim, Seu Arnaud, de 83. Ambos nunca leram partitura, mas tocam tudo de memória. E, quando digo tudo, é de Pedacinho do Céu a Modulando.
Algumas curiosidades sobre ambos: Seu Arnaud é mais pacato. Magro, só anda de calça, sapato, camisa polo e boné do botafogo. É profissional em comprar bandolins e reprovar a qualidade dos instrumentos. Vive de sua aposentadoria e, antigamente, só se apresentava nas rodas com uma garrafa térmica cheia de café. Nunca ingeriu álcool.
Seu Ednor evita comer carne. Saiu de casa cedo e também tem aversão ao álcool. Confidenciou-me que uma das maiores bênçãos que Deus lhe deu foi a impotência, pois “Eu dava um trabalho danado”. Mora sozinho e dificilmente divide as partes na roda de choro. É do tipo fominha, mas altamente perdoável.
Pois bem, desse modo, o choro foi tomando conta da minha vida. Ainda não estudava música formalmente, pois trabalhava os dois expedientes em uma agência de publicidade, mas aproveitava todas as horas livres para estudar os métodos de flauta, os exercícios de teoria e o repertório chorístico. Lembro perfeitamente dos primeiros dias em que resolvi estudar no horário de almoço do trabalho: comia rápido e usava pregadores de roupa para prender as partituras na grade das janelas da sala de reunião da agência. Só depois é que comecei a levar a estante. Era comum haver reuniões no horário de almoço, mas, graças a muita disciplina e insistência, ganhei meu espaço e era raro ser atrapalhado.
Abro um parágrafo para contar um causo curioso que me ocorreu numa tarde de trabalho. Por volta das 16h, eu havia estudado na hora do almoço, possivelmente preparando o repertório para alguma apresentação com os grupos de choro. Eu já estava acostumado a ouvir algumas provocações daqueles que, assim como eu, também permaneciam no local de trabalho na hora do almoço, mas que, diferente de mim, queriam descansar. “Hoje parece que veio com três pulmões, né?”, e eu sorria educadamente. Porém, naquela tarde específica, estava eu concentrado na tela do computador, numa sala com cerca de 30 pessoas. Eis que, do nada, entra o segurança da agência com um senhor de idade. Assim que eu olho, o segurança aponta para mim e diz: “É aquele ali”. O senhor, com uma voz tonitruante, pergunta: “É você que toca flauta na hora do almoço?”. Eu, mesmo esperando o pior, confirmei. Eis que, para meu alívio, o senhor revela: “Quero parabenizá-lo e agradecer: você garante ótimas dormidas”.
Assim fui percebendo que a música tem dessas dádivas: momentos singelos que revigoram a alma e soam como um incentivo à disciplina. Em poucos meses, estava me apresentando regularmente toda semana com dois grupos de choro em bares, restaurantes, hotéis, festas de aniversário e, vez por outra, no Sabadinho Bom, projeto da prefeitura de João Pessoa, que merece um parágrafo à parte.
O Sabadinho Bom começou como um reduto de choro. Imagine uma praça rodeada e coberta por árvores, com casais trazendo seus filhos, idosos sentados na frente do palco e, nas laterais, comerciantes vendendo caldinho de feijão, feijoada, espetinho de queijo coalho, água de coco, cerveja e amendoim. Esse era o clima do Sabadinho Bom durante os anos de 2011, 2012 e 2013. O projeto acontecia religiosamente todo sábado na Praça Rio Branco, no centro da cidade, e trouxe o Conjunto Época de Ouro, Zé da Velha e Silvério Pontes, Armandinho, Hamilton de Holanda, Choro das Três, Jorge Simas, além de estimular os grupos de choro da Paraíba a se apresentarem.