Leonor Bianchi
Com inscrições prorrogadas até 30 de julho, o I Concurso Choro Canção é uma iniciativa independente e que chama a atenção no cenário dos editais de baixíssimo orçamento dentro do segmento do Choro. Eu, que sou uma produtora de editais de fomento ao choro também de baixo orçamento, me interessei em saber um pouco mais sobre esta iniciativa e conversei com Álvaro Maia, um dos organizadores do concurso. Leia a entrevista agora aqui na Revista do Choro.
1. Revista do Choro: Como surgiu a ideia de fazer o concurso Choro Canção?
Álvaro Maia A ideia surgiu como uma forma de incentivar a produção musical de São João del rei e espalhar essa intenção por todo o território nacional através das redes. Mas o objetivo inicial era trabalhar junto das casas da cidade de São João del rei que possuem rodas de choro, incitando as pessoas a conhecerem e cantarem choros, e inclusive compor novos choros.
2. Revista do Choro: Quem são as pessoas que participam da equipe da organização do concurso? Álvaro Maia: Álvaro Maia, Nicole Brighentti, Valéria Braga e José Carlos Nunes.
3. Revista do Choro: Como vocês chegaram nesse modelo do edital?
Álvaro Maia: O modelo de edital foi alcançado através de conversas entre Álvaro Maia e José Carlos Nunes (que é justamente o maior incentivador desse concurso).
4. Revista do Choro: Fale um pouco sobre o valor da premiação. Vocês conseguiram algum apoiador ou patrocinador? Eu já produzi alguns editais de cultura no segmento do choro dando premiação de R$ 1.000, R$ 2, R$ 5, e percebi que foi difícil atrair interessados porque as pessoas só querem ganhar editais acima de 15, 30 mil reais. Eu discordo, eu me inscreveria num edital para ganhar mil reais. Considero importante a iniciativa de vocês porque isso fomenta o choro, dá visibilidade para pessoas que estão de fora dos grandes editais, e sinaliza para o governo a existência de lacunas que ainda precisam ser preenchidas por editais de cultura. Esse valor de R$ 1.000 vai ter algum desconto quando for para o vencedor, ou ele vai receber os R$ 1.000 integralmente?
Álvaro Maia: Sim, temos um apoiador, que é José Carlos Nunes, advogado e compositor do estado do Rio de Janeiro (Assina suas composições com o nome de “Zé Nunes”). José Carlos se apaixonou pela cidade e pela produção musical de São João Del Rei, gestou essas ideias de maneira muito carinhosa e conta atualmente com Álvaro Maia (Músico e compositor da cidade São João Del Rei) para colocar essas ideias em prática. Temos também o apoio da “Cervejaria Alquibeer”, local onde acontecem duas rodas de choro semanais, a choperia recebe todas as rodas que são exclusivamente dedicadas ao concurso. O Venceder receberá esse valor integralmente, sem nenhum desconto.
5. Revista do Choro: Quem é o patrocinador caso vocês tenham um?
Álvaro Maia: José Carlos Nunes
6. Revista do Choro: Como está sendo a avaliação concorrentes?
Álvaro Maia: Existem critérios citados no edital, questões relacionadas a performance, criatividade para gravação do vídeo, entre outros. Haverão jurados músicos com vasto entendimento nas áreas citadas julgando esses critérios, o candidato que melhor pontuar dentro dos critérios será considerado o ganhador do concurso.
7. Revista do Choro: O concurso recebeu quantas inscrições até o momento?
Álvaro Maia: até o momento foram contabilizados 14 inscrições
8. Revista do Choro: Vocês receberam inscrições de todas as regiões do Brasil? Alguma região se destacou mais quanto ao número de inscritos?
Álvaro Maia: Nem todos os candidatos constatam de onde estão se inscrevendo, não é necessariamente obrigatório, mas até onde pudemos perceber existem inscrições de norte a sul do país, e também da cidade de São João del rei, o que nos deixa muito felizes!
9. Revista do Choro: Vocês perceberam se houve mais mulheres do que homens inscritas no concurso, ou este dado não foi perceptível?Álvaro Maia: Por hora a balança pesa de maneira justa, existe uma forte presença feminina nas inscrições, quase todos os grupos que se inscreveram possuem alguma mulher, essa dado nos felicita muito!
10. Revista do Choro: Considerando que o edital ficou três meses, praticamente, aberto, e estamos nos últimos dias para as inscrições, como os organizadores avaliam a iniciativa: deu certo, vocês obtiveram o número de inscritos que esperavam, este foi superado, houve algum fato que surpreendeu vocês durante este processo?
Álvaro Maia: Sim, temos uma impressão positiva sobre a iniciativa, ela não mora somente com os organizadores, a maioria dos inscritos agradece e aprecia muito a iniciativa. Esta edição infelizmente está chegando ao fim, mas é apenas a primeira, dela levaremos um bom aprendizado e com certeza faremos uma próxima edição tentando ser cada vez mais abrangente e inclusivo.
11. Revista do Choro: Vocês pretendem repetir o concurso no ano que vem?
Álvaro Maia: Sim, pretendemos não só repeti-lo como buscar maiores recursos através de editais municipais e estaduais, garantindo a manutenção, funcionamento e melhoria da proposta.
12. Revista do Choro: Deixem uma mensagem para a galera que se inscreveu, e também para quem não se inscreveu, e para o público participar assistindo aos vídeos.
Álvaro Maia: Agradecemos muito a cada pessoa que achou importante tirar um tempo para se inscrever no concurso, a cada interpretação, a cada composição nova que se fez capaz de nascer, estamos muito felizes com o resultado e esperamos que a iniciativa capaz de difundir o choro cada vez mais dentro do território brasileiro.
Sobre o entrevistado

O violonista Álvaro Maia
Álvaro Maia é violonista, compositor e professor mineiro, com duas décadas de dedicação à música brasileira. Formado pelo Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier e pela Bituca – Universidade de Música Popular, traz no violão 7 cordas sua principal ferramenta de expressão, explorando os caminhos do choro, do samba, da música mineira e latino-americana. Atuando em projetos como o Álvaro Maia Trio, o Ateliê do Choro e o Quarteto Diamantino, atualmente se encontra no processo de criação de seu primeiro EP autoral, “Uma vida entalhada em madeira e carpida em 7 cordas”.
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