“Os preconceitos sociais e raciais arraigados a práticas ainda vigentes na sociedade brasileira forjam um pensamento que teria influência sobre as relações historicamente estabelecidas entre o grupo social de percussionista e os outros grupos de instrumentistas, arranjadores e maestros com quem estes atuavam e atuam profissionalmente.

Esse pensamento ou senso comum construído no meio acadêmico musical justificaria a ausência de um ensino sistematizado em percussão que abarcasse as linguagens da música popular no Rio de Janeiro, em especial no nível superior?

A origem afrodescendente da maioria dos músicos populares particularmente dos percussionistas seria um elemento de menosprezo e de preconceito presente na realização dos processos de seleção curricular das instituições de ensino superior em música no Rio de Janeiro, num meio onde as práticas e saberes consagrados da cultura europeia representariam um conjunto de crenças e valores historicamente hegemônico?”

Estes são alguns dos questionamentos levantados pelo percussionista, pesquisador e professor de música da rede pública do Rio de Janeiro, Marcelo Teixeira em seu livro “A percussão e o ensino superior em música”, que teve origem no seu mestrado, concluído na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2015.

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