Leonor Bianchi
Ainda vivo e em plena atividade aos 88 anos o compositor, arranjador, multi-instrumentista, chorão Waltel Branco (22/11/1929), talvez seja o músico contemporâneo mais conhecido – no sentido de ter gravado e tocado com MUITA gente -, citado no Songbook do Choro Curitibano.
Sua popularidade dá-se pelo fato de ter participado da criação da Bossa Nova e tocado com grandes nomes da música mundial, como Stanley Wilson, Sal Salvador, Nat King Cole, Dizzy Gillespie, João Gilberto, Dorival Caymmi, Laurindo de Almeida, Radamés Gnattali e César Guerra-Peixe. Fez arranjos para o rei Roberto, Cazuza, Tim Maia, Djavan Cartola, Gal Costa, Maria Creuza, Mercedes Sosa, Astor Piazzola, Zé Kéti, Peri Ribeiro, Tom Jobim…e muitos outros. Com Baden Powell gravou os discos Guitarra em Chamas 1 e 2. Sua produção sempre foi intensa. Compôs mais de cinco mil trilhas, incontáveis arranjos e participações e até hoje se apresenta em espetáculos no Brasil e no exterior.
Waltel Branco chegou a Curitiba na juventude com seu tio para estudar violão. Nascido em Paranaguá, o destino do menino seria a capital onde poderia aprimorar os estudos musicais. Em Paranaguá já tocava bateria e começou a estudar violão clássico. Iniciou muito cedo sua relação com a música e com a arte. Depois destes instrumentos, aprendeu as manhas do cavaquinho, conheceu o violoncelo e também domina com habilidade e criatividade a harpa e o órgão.
Seus professores foram os melhores. Estudou com Mossurunga, Padre José Penalva, Jorge Koshag, Stanley Wilson e Alceu Bocchino.
De Curitiba, onde tocou na rádio PRB-2 e liderou um regional jazz band, foi para o Rio de Janeiro por volta do início dos anos de 1950 e de lá partiu para Cuba, onde aprendeu muito com os violonistas locais e passou a misturar jazz com música cubana e brasileira.
Da experiência de Cuba, Waltel Branco foi para os EUA estudar música para cinema. Quando retornou ao Brasil influenciou os músicos que faziam parte do núcleo criador, se assim podemos dizer, do ‘movimento’ da Bossa Nova.
Sua trajetória profissional é fantástica e merece um livro. Neste verbete, inspirado na citação feita ao músico no Songbook do Choro Curitibano, pontuo as principais passagens da biografia deste instrumentista genial, curitibano, brasileiro.
Novo Songbook do Choro Curitibano são destaque seus choros: Choro para Zélia, e Choro pro Menandro.