LIVRO EXALTA O TROMBONISTA RAUL DE BARROS NOS 110 ANOS DO SEU NASCIMENTO   Recently updated !


Leonor Bianchi

Personagem pouco lembrada no ambiente da música popular brasileira e do choro é o trombonista Raul de Barros, que tem seus 110 anos celebrados em 2025, exaltados no livro que estou lançando pela Flor Amorosa, “Raul de Barros na glória do seu trombone atrevido”, pesquisa minha sobre a vida e a obra deste genial artista brasileiro, que após imensa contribuição à cultura brasileira e ao choro se despediu da vida vivendo seus últimos anos “aqui do lado”, na cidade de Maricá, RJ.

Leia a seguir um trecho do livro.

“Raul de Barros é um dos muitos músicos profissionais do Rio que se projetou no conceito dos ouvintes e firmou sua carreira, mercê de constante luta por um futuro melhor. Nascido a 25 de novembro de 1915, nas Laranjeiras, trabalhou em escritório e foi marinheiro. Aos oito anos, já tocava saxofone. Quando marujo, nos seus dias de folga, ia para clubes e tocava —  não sax, mas, trombone sem vara. Quando deu “baixa” das fileiras, veio para o Rio da Bahia. Tornou-se profissional e passou, então, a tocar o instrumento que viria a popularizá-lo: trombone de vara.
Sempre atento aos colegas mais categorizados, sempre experimentando notas, procurando efeitos novos, buscando uma característica — Raul, nos “dancings” começou a levantar uma ponta de atenção dos que o ouviam. Lentamente, foi criando uma legenda em tôrno de si, até que o Cassino Copacabana o contratou, aí atuando três anos —, o bastante para definir o seu valor. Fechados os cassinos, foi trabalhar na “Boite Meia Noite”. Em 1945, iniciava a sua caminhada pelo rádio, ingressando na orquestra Carioca, na Tupí, da qual saiu, em 1948 para dirigir a orquestra “Trem da Alegria”. Em janeiro de 1949 transferia-se para a Rádio Nacional, onde conseguiu posição segura e se viu bafejado pelos aplausos do público. Tornou-se, então, um dos poucos músicos conhecidos do grande público, fenômeno esse digno de menção por ser o nosso povo avesso à consagração dos nossos instrumentistas, coisa que, um dia, acabará, quando mais educada for a nossa sensibilidade e mais aprimorado o nosso discernimento musical.
O que caracteriza a arte de Raul é o seu ritmo sincopado no choro — do que é um de seus criadores, senão o criador.
Tendo aprendido muito com o professor Ivo Coutinho, da União Musical da Penha, Raul, em 1944, se apresentou ao público de Montevidéu, com a orquestra de Simon Boutman, e em 1947, com a orquestra de Ari Barroso.
Preferindo “solar” o “choro” e o “blue”, Raul, na sua primeira gravação, “Malabarista”, obteve um sucesso inesquecível, embora o tivesse gravado por experiência,  pois a fábrica não fazia fé nenhuma com ele e com o gênero de gravação, Também no choro de sua autoria e de Ari dos Santos, “Na Glória”, logrou um triunfo animador, que lhe abriu caminho para outros discos, como “Serenata”, de Tozelli, “Trombonista Romântico” de Carlos do Espírito Santo, por sinal, trompetista.
Já apareceu nos filmes “Segura esta mulher”, “Prá lá de boa”, “Eu quero é movimento” e “Tou aí”.
Em 1947 organizou a “Orquestra de Raul”, que atuou no “Trem da Alegria”.  Atualmente, tem outro conjunto, composto de: piano — Paulinho; clarinete — Jorge; piston — Ari; sax-tenor Dudú; bateria — Marinho; pandeiro —  Caboré e trombone de vara, ele.

Três companheiros de Raul de Barros, e Raul de Barros e seu trombone famoso.

Esse conjunto está atuando na “Boite Casablanca” e seus integrantes não têm mais que 22 anos de idade, sendo a idade preponderante a de 19. O único “balzaquiano”, como se vê, é ele mesmo.
Raul acha que os nossos músicos têm sensibilidade delicada são mal pagos, pouco aproveitados e compreendidos.
— As confeitarias e os cinemas deviam —  diz ele —, apresentar “shows” ou exibição de pequenos conjuntos orquestrais, a fim de atenuar as consequências que a falta de casas de espetáculos provocam. Nosso músico vive sem oportunidade e só agora as fábricas de discos começam a compreender que eles também, quando sabiamente aproveitados, dão lucro.
A seu ver, Raul considera a orquestra Tabajara, de Severino Araújo, como a melhor dentre as boas.”

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Author: imprensabr

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