Leonor Bianchi
Ontem, fui pesquisar preço de caixa amplificada bluetooth no comércio de Nova Friburgo, pois preciso de uma com urgência para evoluir nos meus estudos com a flauta transversal, como todo mundo já sabe, através do método de play along, que aliás, deu tanta polêmica, recentemente, no meu feed, no FB.
Pois bem, em nenhum comércio consegui encontrar uma caixa de marca boa e preço razoável, e me surpreendi também em cada loja que entrei ao pedir para os vendedores colocarem uma música de Altamiro Carrilho no celular deles e transmitirem pelo bluetooth para a caixa para eu poder ouvir a qualidade do áudio. Nenhum deles conhecia Altamiro Carrilho.
A jogada era a seguinte: o cara me perguntava quem que eu queria que ele colocasse no celular dele para transferir o som pelo bluetooth para caixa, e eu dizia: coloca aí Altamiro Carrilho!
O primeiro vendedor devia ter uns 22 anos de idade, e retrucou: Alta quem? Agradeci muito, peguei até o cartãozinho dele, desejei um ótimo dia de trabalho e boas vendas, mas fui embora sem olhar pra trás. Sabe quando não dá nem vontade de ensinar? E eu estava com um pouco de pressa… Segui meu caminho até a próxima loja.
Numa rede de eletrodomésticos grande, muito conhecida, com lojas no Brasil inteiro, fui atendida por uma vendedora super simpática, que tentou me empurrar uma caixa muito ruim pelo crediário. Dei uma leve risadinha… e… antes de ir embora pedi para ouvir a qualidade do áudio.
Quando pedi para que ela colocasse um chorinho de Altamiro Carrilho no celular e transferisse para a caixa para podermos escutar a música, ela perguntou: Quem tá chorando? A moça devia ter uns 45 anos de idade, no máximo.
Minha pesquisa de preços foi um tanto quanto traumatizante. Primeiro, pelos preços salgadérrimos das caixas. Depois, por ver o desconhecimento total desses vendedores e de outros… os quais não vou nem mencionar aqui, da figura de um dos maiores flautistas que o mundo já conheceu: o nosso chorão brasileiríssimo Altamiro Carrilho.
Fica aqui meu convite para vocês acessarem aqui no site Revista do Choro diversos conteúdos sobre este grande chorão, que representou muito bem a música brasileira em diversas países do mundo e deixou um legado riquíssimo para o choro e o estudo da flauta popular no Brasil.
Estou finalizando um estudo biográfico sobre Altamiro Carrilho, e é sempre bom agradecer se alguém estiver lendo este post e quiser se aproximar e dar algum relato sobre o nosso grande chorão. Interessa-me cada detalhe, cada minuto, cada memória dessa história majestosa que ele escreveu.
Salve o nosso grande Altamiro Carrilho!
Que ele viva em nossas memórias e que sejam lembrados diariamente os seus ensinamentos, através de sua humildade, generosidade e, sobretudo, de sua música, que nunca deixará de ser tocada, interpretada, ouvida.