Rua Pixinguinha


Revista Fon Fon 8 12 1956 Rua Pixinguinha detalhe

Finalmente dia 17 de novembro foi inaugurada a placa da rua que recebeu o nome do querido e consagrado músico e compositor patrício Alfredo Viana (Pixinguinha). Em sua confortável e agradável residência, nessa rua, desde cedo, Pixinguinha, D. Betty e Alfredinho receberam numerosas pessoas amigas que foram comemorar a justa homenagem. Foi uma festa tipicamente brasileira que se prolongou até a madrugada do dia seguinte.

Podem estar certos prezados leitores de que foi uma dessas festas que quem lá não esteve, deve lamentá-lo bastante, e os felizardos que lá estiveram jamais a esquecerão.

Para que possam fazer uma pequena ideia, posso adiantar que entre os presentes estavam o Prefeito Embaixador Negrão de Lima, Pascoal Carlos Magno, o Dr.Paulo Bittencourt, Diretor do prestigioso matutino “Correio da Manhã” e idealizador da homenagem e o Dr. José Portinho, superintendente do mesmo jornal.

Representando a gravadora Sinter lá estavam o seu presidente, o Sr. Alberto Pittigliani e o Diretor Artístico Luiz Bittencourt.

Músicos e compositores havia em quantidade, da Velha e da Nova Guarda. Houve música permanentemente. Os executantes e acompanhantes se revezavam, constantemente, entre êles posso destacar Benedicto Lacerda e Bide (na flauta), Pixinguinha (no sax) e o velho Alfredinho (no flautim) e etc, pois não há espaço para relacionar todos. Na inauguração da placa falaram o senhor Prefeito Negrão de Lima, Pascoal Carlos Magno, que enalteceram o nome de Pixinguinha.

Na parte musical a nota de destaque foi o Sr. Prefeito acompanhando sambas e choros ao pandeiro e a homenagem dos músicos ao Dr. Paulo Bittencourt, ofertando-lhe um lindo e caríssimo ganzá (chocalho) de prata, custou R$ 20.000,00. Como esclarecimento posso adiantar que Dr. Paulo é há vários anos exímio acompanhante de ganzá nas reuniões na casa de Pixinguinha.

Pude também constatar que Luiz Bittencourt ainda está em grande forma no violão.

Revista Fon Fon 8 12 1956 Rua Pixinguinha

Fonte: Revista Fon Fon, 8 /12/ 1956.

Este conteúdo integra o livro Pixinguinha 120 anos pelo olhar da imprensa brasileira. Pesquisa: Leonor Pelliccione Bianchi, editora – Revista do Choro.

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Author: imprensabr