Flores em vida: Homenagem a Toco Preto


Grandes chorões gravam CD para reverenciar obra do cavaquinhista

Agora, o jovem bandolinista Agnaldo Luz ao lado do mestre violonista Luizinho 7 Cordas e conjunto regional formado por Gustavo Candido (Cavaquinho), Ricardo Cassis (Violão) e Pedro Pita (Pandeiro) presta esta merecida homenagem.

“Meu primeiro contato com a obra de Toco Peto se deu no inicio da minha trajetória musical, no final dos anos 90. Lembro-me de ter passado dias ouvindo seu LP e tentando reproduzir aquele som cheio de bossa e malícia. Em meados de 2011 chega ao meu conhecimento que Toco Preto estaria residindo em São Paulo e então tratei logo de agendar uma visita. Depois de uma série de tentativas sem êxito resolvi visitá-lo sem aviso prévio e fui recebido com um certo receio que acabou no primeiro acorde. Passamos a tarde toda tocando e conversando sobre música. Saí de lá beirando a meia noite com um convite de voltar quando quisesse. Dai, então, pelo menos uma vez por semana estava lá com meu bandolim, uma garrafa de vinho e o gravador de áudio pronto para perguntar tudo sobre ele e seus companheiros musicais, seus LPs e suas viagens pelo mundo. Só aí pude ter uma ideia do quão é importante sua contribuição para a música popular.

Repertório

O repertório do CD conta com clássicos do mestre e músicas inéditas, além de um depoimento sobre sua trajetória musical. Este projeto; “Homenagem a Toco Preto,” deixa um legado muito importante para a música popular brasileira e principalmente para o choro.

O bandolinista Agnaldo Luz comentou as faixas do CD especialmente para a Revista do Choro. Leia mais:

Recordando os velhos tempos | Musica composta por Toco preto e permaneceu inacabada por mais de 30 anos sendo oferecida a mim para termina-la na fase de escolha do repertório.

De sol a sol | Choro ligeiro de duas partes, segundo ele o grande Waldir Azevedo tinha intenção de grava-la.

Muvuca |Maxixe de 3 partes, gravado por ele (Toco Preto) mesmo.

Triunfante | Choro gravado por ele e também pelo Evandro do bandolim.

No tempo do vovô | Choro composto no final da  década de 50, e foi apresentado por ele na casa de Jacob do Bandolim, que segundo ele pegou o bandolim e reproduziu o choro inteiro sem errar uma nota. Posteriormente gravado por Niquinho e Evandro do Bandolim.

Peça bis | Choro composto em parceria com o grande Valdir de Paula (Valdir 7 Cordas) e  gravado pelo conjunto Chapéu de palha do qual eles faziam parte.

Cena de Paraíso | Choro gravado por ele mesmo, e conta com o acompanhamento dos grandes violonistas Jorge santos e Darly Louzada na sua primeira versão, uma verdadeira aula de acompanhamento.

Malvina | Uma linda valsa de 3 partes que ainda era inédita, a 3 parte me lembra Ernesto Nazareth.

Coisas Nossas | Um belo choro varandão como os antigos diziam, também gravado por ele.

Dança Chiquinha | Polka gravada por Oswaldinho do Acordeom no seu primeiro LP, e novamente como convidado especial neste CD.

Gogó de sola | Choro composto no Maranhão no inicio dos anos 80 e gravado por ele mesmo, batizou o choro depois de ter ouvido alguém chamar um Urubu com este nome.

Patrício | Choro de difícil execução composta originalmente em e gravado por ele mesmo.

Toco Preto e Agnaldo Luz.

Toco Preto e Agnaldo Luz.

Faixa bônus

O CD conta também com um depoimento do Toco Preto contando um pouco de sua história.

Todas as músicas são de autoria de Toco Preto tendo Valdir de Paula (O Valdir 7 cordas) como parceiro no Choro Peça Bis, e Agnaldo Luz no Choro Recordando os velhos tempos!

No CD existem duas faixas inéditas: Recordando os velhos tempos (Choro) e Malvina (Valsa).

O CD tem direção musical: Agnaldo Luz, Gustavo Cândido e Ricardo Cassis e arranjos de Agnaldo Luz e Luizinho 7 Cordas.

O CD foi lançado no Festival de Choro de Ribeirão preto (SESC Ribeirão) e em SP. Veja o vídeo dessa noite:

Neste vídeo, a homenagem a Toco Preto aconteceu no projeto Cultura do Choro:

Uma vida artística que começou cedo

O compositor e multi-instrumentista, Ormindo Fontes de Melo, mais conhecido como Toco Preto, nasceu em 7 de junho de 1933, no subúrbio de Coelho da Rocha, Rio de Janeiro. Seu interesse pela música começou aos oito anos de idade, através do pai, que tocava cavaquinho.

Aos 20 anos Toco Preto entrou para a Rádio Mayrink Veiga, que na época era uma das principais rádios do Brasil. Já ostentando certo prestigio no meio musical, foi convidado pelo compositor, pianista e radialista Ary Barroso (1903-1964) para integrar o conjunto musical do programa de calouros intitulado ‘A Hora do Calouro’. O programa obteve grande êxito e até os dias de hoje é copiado pela TV brasileira.

Toco Preto teve a oportunidade de poder se apresentar ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Ary Barroso, Odete Amaral, Dircinha Batista, Roberto Silva, Gilberto Alves, Orlando Silva, Orlando Correia, Claudete Soares, Cartola, Nelson Cavaquinho, Jamelão, Waldir Azevedo, Carmem Costa, entre outros.

Nos tempos do ‘Chapéu de Palha’

A partir da década de 1970, Toco Preto evidencia sua carreira como solista lançando vários Lp’s. Nessa década ele iniciaria uma nova e promissora etapa em sua vida artística e musical. Seria, em 1977, a fundação do ‘Grupo Chapéu de Palha’ ao lado de Zé da Velha e Valdir Silva. Com o Grupo gravou dois Lp’s; o primeiro em 1977 e o segundo em 1979, realizou importantes apresentações, como no “Projeto Seis e Meia” idealizado por Hermínio Bello de Carvalho e também no “Projeto Pixinguinha” ao lado de inúmeros artistas e cantores da época, excursionando por todo país.

A ida para São Paulo na década de 80

No início da década de 1980, com o fim do “Grupo Chapéu de Palha”, Toco Preto mudou-se para São Paulo por intermédio de Pedro Sertanejo (pai de Oswaldinho do Acordeom) – que foi um grande produtor de discos de forró -, com a promessa de realizar inúmeras gravações.

Nota-se a importância de Toco Preto não só pela quantidade de registros em discos, Lp’s e Cds, mas, também, pelo vasto repertório autoral que conta com cerca de 300 musicas em variados ritmos e estilos musicais gravadas por ele e por outros interpretes, como Otaviano Pitanga, Mario Pereira, Zé Neto entre outros.

Toco Preto também representou a música brasileira fora do país fazendo apresentações na Venezuela, Alemanha, Itália e Estados Unidos.

Contatos para Show

Agnaldo.bandolim@gmail.com

Facebook – Agnaldo Luz

Tel: 55 11 98250-9785

 

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Author: imprensabr

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