Dizem que o choro nasceu no Rio de Janeiro, mas quem passa a pesquisar a história do gênero acaba descobrindo que ele sempre esteve presente em todo o Brasil.
A Revista do Choro lança luz sobre o nome e obra do chorão baiano radicado em Minas Gerais, Godofredo Guedes.
Nascido em Riacho de Santana, na Bahia, em 1908, Godofredo Guedes passou a infância e a juventude ainda no nordeste, e, em 1935 mudou-se para Montes Claros, em Minas Gerais.
Na cidade natal de Darcy Ribeiro ele animou bailes e festas durante muitas décadas. E na primeira dos anos de 1960 mudou-se com a família para a capital do estado, Belo Horizonte.
Godofredo teve oito filhos, dentre eles o músico muito conhecido e um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, Beto Guedes. Alberto de Castro Guedes, nascido a 13 de agosto de 1951, é pai de Gabriel Guedes, convidado do ART & CHORO da próxima terça-feira para falar sobre os choro compostos por seu avô.
Pouco conhecido entre os jovens chorões da atual geração Godofredo Guedes compôs mais de cem peças incluindo choros, sambas, serestas, modinhas, valsas, foxtrotes e marchinhas.
Este trabalho completamente desconhecido foi revitalizado por Gabriel Guedes, que preparou um CD e, posteriormente espetáculos com este repertório do avô.
Além de tocar – ele tocava violão e clarinete -, Godofredo construia instrumentos; ele não vivia apenas da música. Foi luthier, farmacêutico, pintor de placas e de quadros.
Em falando em pintura, Godofredo dedicou-se também às artes plásticas. Sua produção artística neste segmento apresenta desenhos e pinturas figurativas. Seus quadros são geralmente de tamanhos grandes. E em suas pinturas ele retrata o cotidiano popular e o cenário de Minas Gerais. Suas obras integram acervos particulares e públicos em várias regiões de Minas.
Godofredo Guedes silenciou o seu clarinete, instrumento ao qual se dedicou por toda a vida, mas não como um musico profissional, em 1983, e sua obra ainda precisa ser revelada ao Brasil e ao mundo.
Beto Guedes, que chegou a tocar em um dos regionais de Godofredo na juventude, sempre homenageou o pai em vários discos que gravou. É conhecida a história dele sempre deixar a última faixa do LP para gravar uma canção de Godofredo.
Assim, Beto Guedes gravou ‘Belo Horizonte’, no disco Página do Relâmpago Elétrico (1977); ‘Cantar’, em Amor de Índio (1978); ‘Casinha de Palha’, em Sol de Primavera (1980); ‘Noite Sem Luar:, de Contos da Lua Vaga (1981); e ‘Um Sonho’, em Viagem das Mãos (1984).
ART & CHORO recebe Gabriel Guedes
Na próxima terça-feira, dia 9 de outubro, eu recebo para uma entrevista no ART & CHORO o neto de Godofredo Guedes, filho de Beto Guedes, o bandolinista e chorão responsável pela revitalização da obra do avô, Gabriel Guedes.
O encontro acontece às 16h, no meu perfil do Facebook com transmissão simultânea no YouTube.
Espero vocês para prestarmos esta homenagem a Godofredo Guedes!
Fomente!
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