Leonor Bianchi
Há exatos 100 anos, no dia 7 de abril de 1919, Pixinguinha e Os Oito Batutas se apresentaram pela primeira vez. O espetáculo musical aconteceu na sala de espera do cinematógrafo Cine Palais, na Cinelândia, para ser mais exata, na Av. Rio Branco, N 145/ 147.
O gerente do cinema, Isaac Frankel queria atrair um público eletrizado que já frequentava as apresentações de Ernesto Nazareth, no Cine Odeon, em frente ao Palais.
O cinema já era uma indústria nos Estados Unidos nos anos 1920, quando Os Oito Batutas começaram a tocar na sala de espera do Cine Palais. Enquanto vivíamos a ‘Política do Café com Leite’, na República Velha, o cinema já vigorava como a primeira economia norte-americana e as produções estadunidenses já eram distribuídas e exibidas em dezenas de países, o que logo aconteceria também no Brasil.
Formação original dos Oito Batutas: Em pé: Jacob Palmieri, José Alves Lima, Luiz Pinto da Silva e Pixinguinha. Sentados: Donga, Nelson Alves, Raul Palmieri e China.
Acervo Sandor Boys.
Foi nesse contexto que os chorões começaram a ‘frequentar’ o ambiente das salas (de espera) dos cinemas. Enquanto os EUA começavam a exportar seu ‘estilo de vida’ através do cinema para todo o mundo, o Brasil começava a exportar o que sabia fazer de melhor: sua música! E bem antes de Carmem Miranda causar furor na Broadway, vinte anos depois dos Oito Batutas se apresentarem no Palais. Já consagrada no Brasil, Argentina e Uruguai, Carmem foi para os Estados Unidos em 1939.
Em edição.
