Redação
Em 2001, quando começou a estudar viola, Cacai Nunes jamais imaginaria pontear nas 10 cordas de sua viola, um choro de Jacob do Bandolim, de Pixinguinha ou de Ernesto Nazareth. Mas viu que, para interagir com os amigos músicos, era necessário dar esse salto musical. E foi exatamente isso que ele fez. Tratou de estudar alguns choros para perceber sua rápida evolução musical.
O apego pelo gênero foi tamanho que, em 2007, Cacai fundou o Curso de Viola na Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, em Brasília. De lá pra cá, o violeiro segue o caminho da aprendizagem, sempre acreditando que o choro é o gênero que faz todo músico entender, de fato, a essência da música brasileira.
Para sacramentar este momento musical, Cacai Nunes está lançando seu terceiro CD, exatamente ao lado de um Regional de Choro, batizado de Chora Viola e formado por Dudu Sete Cordas no violão de 7 cordas, Leo Benon no cavaquinho e George Lacerda no pandeiro. O disco conta, ainda, com a participação do grande sanfoneiro Mestrinho.
O repertório do disco só tem obras incríveis: Sarau para Radamés (Paulinho da Viola), Chorinho pro Miudinho (Dominguinhos), Ai amor (Carreirinho), Cuidado Violão (Zé Toledo), Tua Imagem (Canhoto da Paraíba), Homenagem a Vitória (Carlos Poyares), Meu Chorinho (Jonas Silva), Floraux (Ernesto Nazareth), além de Assombroso de Léo Benon (Assombroso) e a regravação de uma música de Cacai Nunes, Lobo-Guarânia.
O disco (ouça aqui) tem ilustrações da artista Carmen San Thiago e design de Jana Ferreira, ambas artistas de Brasília, e foi todo gravado na chácara de Cacai Nunes, chamada de Casa do Chapéu.
É um trabalho para mostrar que a viola, primeiro instrumento a desembarcar no Brasil, tem desenvoltura suficiente para navegar por vários gêneros musicais brasileiros, fazendo jus à denominação de Viola Brasileira, como prefere Cacai Nunes.