Redação

Que tal relaxar em meio à natureza, apreciando a beleza do cerrado ao som de clássicos do chorinho? Neste domingo (9) e no dia 27 de abril, às 10h, o Jardim Botânico de Bauru será o cenário de dois shows do Sotaque Brasileiro, grupo bauruense que tem em seu repertório a MPB e o choro ou chorinho, gênero da música popular brasileira surgido no Rio de Janeiro na segunda metade do século 19 e classificado como patrimônio cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Gratuitos, os espetáculos têm aproximadamente 90 minutos de duração e contarão com sucessos de sempre como “Corta jaca” (Chiquinha Gonzaga), “Fala baixinho” (Pixinguinha/Hermínio Bello de Carvalho), “Odeon” (Ernesto Nazareth), “Teco teco” (Pereira Costa/Milton Vilela), “Tico tico no fubá” (Zequinha de Abreu) e, é claro, “Brasileirinho” (Waldir Azevedo), além de composições de autores locais, próximos ao grupo Sotaque Brasileiro e dedicados ao chorinho. E ao longo das apresentações, serão comentadas particularidades sobre as composições apresentadas e seus autores, contextualizando as obras e nomes importantes na história do choro.

Grupo Sotaque Brasileiro apresentará show de cerca de 90 minutos e comentará ainda sobre músicas do repertório

“O chorinho é a própria alma musical do Brasil, um gênero que nasceu carioca e se espalhou por todo o país, unindo virtuosismo e emoção. Trazer esse repertório para o Jardim Botânico é uma experiência única. Nos shows, criamos uma conexão especial entre a música, a natureza e o público, resgatando a essência mais pura do choro: a celebração da nossa identidade brasileira. Por isso, é uma oportunidade não só para os amantes do chorinho reafirmarem sua paixão, mas também para apresentarmos às novas gerações essa expressão tão genuína da nossa cultura”, afirma Odair Felício, músico e responsável pelo grupo Sotaque Brasileiro.

Além dos dois shows no Jardim Botânico, o projeto cultural oferecerá uma aula aberta, com três horas de duração e 50 vagas, na sede da Orquestra Municipal de Bauru, no dia 24 de março, às 18h, na qual os músicos do grupo abordarão a história do chorinho, bem como suas particularidades estilísticas, incluindo demonstrações com instrumentos.

Tanto as apresentações musicais quanto a aula aberta contarão com interpretação em Libras.

Saiba mais

O choro tem como matrizes os gêneros musicais luso-africano-brasileiros como a modinha e o lundu, e também as danças de salão europeias que chegaram no Brasil principalmente na década de 1840. Um dos maiores compositores da música popular brasileira, Pixinguinha contribuiu diretamente para que o chorinho encontrasse uma forma musical definitiva, com a criação em 1919 do conjunto Oito Batutas. E ao longo da década de 1920, o maestro Heitor Villa-Lobos compôs uma série de 16 composições dedicadas ao choro, mostrando a riqueza musical do gênero e fazendo-o presente também na música erudita. O projeto em Bauru é uma realização da Prefeitura de Bauru com recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar 195/2022).