O violão de sete cordas no choro – com Rogério Caetano


Por Leonor Bianchi

Consultoria de Fernando Dalcin

Rogério Caetano é considerado pelos críticos, músicos e pelo público um virtuose do violão de sete cordas.  Com quatro CDs próprios e um método para violão de 7 cordas,  tem difundido sua escola de violão no Brasil e no exterior.

Trilhando seu caminho musical desde os seis anos de idade, teve sempre o choro e o samba como suas principais referências, e já possui seu lugar ao lado dos grandes nomes do violão brasileiro. 

Tem como parceiros em seus trabalhos músicos como Yamandú Costa, Hamilton de Holanda, Marco Pereira e Daniel Santiago.

Já atuou, também, ao lado de vários artistas como Zeca Pagodinho, Leila Pinheiro, Ney Matogrosso, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara,  Monarco entre outros.

Rogério Caetano encerra a série de entrevistas ‘O violão de sete cordas no choro’. Conversamos ainda com Lia Meyer Ferreira, integrante do grupo Choro das Três, Luizinho Sete Cordas, mestre de mais de três gerações de sete cordas, o arranjador e professor universitário Edmilson Capelupi, e o com o pesquisador da história do sete cordas no Brasil, Ricardo Vieira. Espero que tenham gostado da série. A próxima trará ‘O pandeiro no choro’. 

Rogerio Caetano pelas lentes de Isabela Kassow

Rogério Caetano pelas lentes de Isabela Kassow

Revista do Choro: No choro, quais os violonistas de 7 cordas mais o influenciaram/ influenciam?

Rogério Caetano: Dino 7 Cordas, Valdir e Valter Silva, Raphael Rabello, Alencar 7 Cordas, Fernando César, Carlinhos 7 Cordas, Edmilson Capelupi, e Luizinho 7 Cordas.

Revista do Choro: Se tivesse que citar três violonistas de 7 cordas que deixaram seu trabalho, sua marca ao instrumento na história do choro e do próprio 7 cordas (no choro), que nomes seriam estes?

Rogério Caetano: Dino 7 Cordas, Valdir Silva e Raphael Rabello por terem realmente cada um no seu tempo, ter acrescentado contribuições fundamentais para a continuidade e evolução da linguagem do violão de 7 cordas influenciando todos que vieram depois.

Revista do Choro:  Como você pensa as baixarias ‘na hora em que escuta uma harmonia pronta numa gravação’? Você pensa em alguma referência violonística; tem um padrão que sempre usa; um ‘banco de dados de baixarias’ em sua cabeça?

Rogério Caetano: Comigo isso acontece de uma forma automática e orgânica, as vezes tenho a impressão de que meus dedos agem antes do cérebro, mas é uma questão de conhecer a harmonia das músicas e colocar as frases buscando sempre o melhor resultado musical em primeiro lugar.

Revista do Choro: A escolha e a compra da 7ª corda (aço ou nylon/ outras)

Rogério Caetano: Eu toco os dois instrumentos (7 cordas de nylon e de aço) mas o timbre que é minha paixão é o do 7 cordas de aço. Eu sou endossman da Daddario e utilizo a 7ª cordas de aço 0.75.

Considero 7ª cordas de aço a melhor do mercado, timbre, afinação, durabilidade, enfim, possui todas as qualidades que eu preciso nos meus shows e gravações.

Depois que eu passei a usar essa corda muitos outros violonistas de 7 cordas de aço também tem adotado esse encordoamento e todos tem gostado muito.

Revista do Choro: A troca da sétima corda é um ritual que varia de instrumentista para instrumentista; e também do trabalho que se pretende fazer, gravar… enfim…  Alguns instrumentistas trocam a sétima corda semanalmente. E você, qual a sua prática?

Rogério Caetano: Eu troco em todo show e em toda gravação.

Revista do Choro: O som da sétima corda melhora com o tempo de uso da mesma?

Eu gosto do som de corda nova, ela possui um brilho e penetração que eu gosto bastante e busco sempre manter esse padrão em todos os meus trabalhos.

Revista do Choro: Dedeiras (O que há para se considerar a respeito delas quando estamos falando da sétima corda (no choro))?

Rogério Caetano: Eu utilizo as dedeiras do Valério Xavier que também fazia as Dedeiras do Raphael Rabello (eu inclusive tenho uma dedeira feita pelo Valério e que pertenceu ao Raphael, é um presente que ganhei do meu amigo e grande violonista Claudio Jorge e que guardo como uma joia). Tenho utilizado também as dedeiras do Claudio Lopes de São Paulo que também são muito boas.

 

Ledão: Site Rogério Caetano

Produção jornalística e entrevista: Leonor Bianchi

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Author: imprensabr