O Choro da Paraíba nas telas do cinema
Recentemente nomeado Mestre das Artes no estado da Paraíba, Duduta é também luthier conhecido em nível nacional, tendo homenageado o próprio Paulinho da Viola com um cavaquinho de sua produção, assim como Dominguinhos e a finada Marinês. Bandolim, cavaquinho, viola e violão, são alguns dos instrumentos mais produzidos por ele, embora o mestre, quanto ao conserto, trabalhe com inúmeros outros instrumentos. O filho Waguinho, excelente músico campinense, para além de ter seguido o pai na prática musical, especificamente no âmbito do choro, também substituiu Duduta na fabricação de instrumentos, sempre com a supervisão do Mestre.
“Duduta e o Seu Regional” é o nome do conjunto oficial com o qual Me. Duduta e colegas se apresentam ao público em eventos musicais ligados ao choro, assim como em bares e círculos, clubes, festas etc. Contudo, as rodas, que hoje acontecem na casa de Duduta estão abertas para qualquer músico, sendo que choro é o que mais se toca.
O ambiente é informal, mas os músicos veteranos tendem a educar os jovens e os que assistem para que tenham uma postura de respeito diante da execução das partituras.
Mesmo assim, há espaço para momentos de descontração, piadas e gargalhadas, pois o bom humor reina soberano nas rodas de Me. Duduta.
Regional, no âmbito do choro, significa conjunto musical, isso desde as primeiras décadas do século passado, ou antes. Geralmente o principal músico dá o seu nome ao conjunto, assim como no caso de “Duduta e o seu Regional”.
Campina Grande, no estado da Paraíba, zela quanto à tradição de chorões perpetuada orgulhosamente por músicos eruditos como Duduta, Valdir, Pedro Mago, Abdoral (ex membro do regional de Duduta), entre outros, e hoje a responsabilidade da preservação desta antiga herança está passando para jovens como Waguinho (cavaquinho, bandolim, violão), Breno (violão de sete cordas, cavaquinho, bandolim), Moia (viola, cordas e percussões), Jefferson (cavaquinho), Cris (pandeiro), assim como pelos netos de Duduta.
O ambiente é heterogêneo, não só em termos da idade dos músicos, pois há gente de todo tipo, tanto entre os chorões, como entre os que todo domingo fazem questão de assistir as rodas de choro de Duduta.
O documentário de média-metragem (52′), dirigido por Riccardo Migliore (realizador independente, fotógrafo, parecerista SAV-MinC) e Thaíse Carvalho (jornalista do Diversidade-TV Itararé, documentarista, atriz), visa mostrar um retrato de Mestre Duduta e apresentar ao público o universo do choro campinense, sempre a partir de Duduta, seu regional, e principalmente, as rodas de choro que há mais de meio século têm lugar na casa dele.
O filme foi realizado como uma produção independente, com o apoio cultural de: “Studio Radiola”, “Programa Diversidade-TV Itararé”, “Sebrae PB”, “Moinho de cinema da Paraíba” e “Studio No Ar”.
DV NTSC, cores\P&B, Brasil,dezembro de 2010, tela 16\9, 52 minutos
Roteiro, Produção e Direção:Riccardo Migliore e Thaíse Carvalho
Música: Duduta e Seu Regional + convidados
Câmera e Fotografia: Riccardo Migliore
Câmera Adicional: Charles Dias
Captação e Pós-Produção Áudio: Waguinho Duduta
Edição e Pós-Produção Vídeo: Riccardo Migliore
Sinopse
Ao se pensar no “Choro”, considerado o jazz brasileiro, logo se imagina o Rio de Janeiro e os morros da Cidade Maravilhosa. Campina Grande, na Paraíba, é conhecida como a capital do Forró. Contudo, este documentário supera lugares comuns e retrata o universo do choro na cidade paraibana, homenageando José Ribeiro da Silva (Mestre Duduta), refinado chorão e luthier de fama nacional, cujos instrumentos encontram-se com artistas como Paulinho da Viola, Dominguinhos e a finada Marinês. Mas o filme não retrata apenas a biografia de Duduta, e sim, propõe um olhar sobre o valioso universo do choro campinense.
Participação em vários festivais de cinema
O filme participou de diversos festivais de cinema. Sua estreia foi 16o É Tudo Verdade – It’s All True, Festival Internacional de Documentários (International Documentary Film Festival). No mesmo ano, o doc. foi exibido na Mostra O Estado das Coisas (“State of Things” Section), Rio de Janeiro e São Paulo; 3o In-Edit Brasil 2011 – Festival Internacional de Documentários Musicais (Mostra Brasil), Rio de Janeiro/São Paulo;6a Rassegna “Brasil cinema contemporaneo” (Milão, Itália),8o Festival Cine Documenta (MG, Brasil), Cinesul 2011 – Festival ibero-americano de cinema e vídeo, RJ/SP (seleção na Mostra Bossas Musicais); 3o Festival do filme etnográfico do Recife (PE); 34o Festival Guarnicê de Cinema, São Luís (MA) e 8a Mostra de Cinema Popular Brasileiro (Rio das Ostras, Macaé e Nova Friburgo).
Assista o Teaser: http://www.youtube.com/watch?v=1w0Mrl_CAkw
Contatos com a produção do filme: tanofb@gmail.com