Songbook do Choro Curitibano | Compositores • Branco Tavares


Leonor Bianchi

Depois de apresentar composições de cinco precursores do choro nascidos ou que tiveram íntima relação com Curitibana, no século XIX, o songbook chega ao século XX. Vamos conhecer hoje o compositor de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Branco Tavares.

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Nascido em 7 de março de 1905, Branco Tavares atravessou o século e chegou até o choro moderno que conhecemos hoje. Escolheu Curitiba como residência no final dos anos de 1980, onde faleceu aos 105 anos, em 2010, depois de grande contribuição para o choro paranaense.

A década de 90 foi o ponto máximo de sua trajetória enquanto músico e artista militante do choro. Branco Tavares frequentava todas as rodas de choro de Curitiba e sempre manifestava o desejo de ver sua obra registrada pelas novas gerações. Não só registrada, como divulgada e executada, o que, felizmente, podemos acompanhar através do Songbook do Choro Curitibano.

O gosto pela música surgiu cedo. Na juventude, aos 18 anos, compôs sua primeira música; uma mazurca. Quem o iniciou nos estudos musicais foi o maestro paulista Jorge Whitman, que seria responsável também por harmonizar algumas de suas composições.

Em Curitiba conheceu e fez grande amizade com o violonista Ezequiel Pires, para quem criou diversos arranjos.

Compositor de uma obra musical diversificada, como ressalta o autor do songbook, Thiago Portella, Branco Tavares navegou pelos gêneros mais populares do Brasil do seu tempo, como a valsa, o samba-canção, as marchinhas, a guarânia, o choro, entre outros.

Dentre suas composições o songbook destaca A voz dos Pássaros (choro-canção), Línguas de Trapo (maxixe), Nossa União (valsa), O coração não envelhece (choro-canção) e Solidão (valsa). Destas, apenas ‘Nossa União’ não tem letra.

Quando completou 100 anos, em 2005, Branco Tavares recebeu uma homenagem dos músicos da cidade, que fizeram uma apresentação reunindo o conjunto de sua obra. A iniciativa fez com que ele, ainda que já bastante idoso, mas com muito vigor, seguisse motivado a frequentar os eventos musicais na capital do Paraná, como as rodas de choro do Conservatório de Música Popular Brasileira, o Festival de Composição do Clube de Choro de Curitiba, a Oficina de Choro da FAAP e também a Oficina de Música de Curitiba.

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Author: imprensabr