Da mesma geração do cavaquinista Janguito do Rosário, citado no verbete anterior desta série, o curitibano Nilo dos Santos, nascido em 26 de dezembro de 1923, também foi um importante músico na cena do choro paranaense, durante praticamente cinco décadas.

Nascido em uma família com 13 irmãos, onde todos foram iniciados musicalmente pelo pai, José Olinda, um alfaiate e músico autodidata, com quatro anos idade começou a tocar cavaquinho.

O violão chegaria mais tarde, mas ainda na juventude. E foi tambem jovem, que o violonista foi contratado para fazer parte do regional da Rádio PRB-2, onde permaneceu até a metade da década de 1950.

Casado com Priscila Rosa Cunha dos Santos Leite, dela ganhou seu primeiro violão de 7 cordas quando completaram 25 anos de casamento. Foi quando substituiu seu violão de 6 cordas pelo instrumento novo.

Nilo Preto, como ficou conhecido no ambiente musical de Curitiba, acompanhou Nelson Gonçalves quando o cantor esteve em Curitiba.

Nilo foi várias vezes convidado a morar no Rio de Janeiro para trabalhar e fazer parte da cena musical carioca, mas nunca saiu de Curitiba, onde recebeu em sua casa, uma vez, a visita do sambista mangueirense, Cartola.

Durante muitos anos integrou o grupo Samba e Seresta, atual Choro e Seresta, que se apresentava na feira do Largo da Ordem, aos domingos.

Embora tivesse tido uma vida bastante atuante na cena musical curitibana, Nilo Preto não compôs nenhuma outra música além de ‘Carinhos’, feita em homenagem a sua esposa, carinhosamente chamada de Dona Ziza, a qual teve a partitura publicada no Songbook do Choro Curitibano.

Entre os músicos ganhou fama de bom improvisador e acompanhador. Suas influências vinham de Pixinguinha, Orlando Silva, Cartola e Ademilde Fonseca.

Após cinco décadas de dedicação à música, Nilo dos Santos faleceu em 14 de junho de 2002.