Leonor Bianchi
O último compositor nascido no século XIX citado no Songbook do Choro Curitibano (Thiago Portella, Vl.1, 2012) é Antonio Melillo.
Melillo não era natural de Curitiba tampouco do Paraná; nascera em Itararé, interior de São Paulo, em 1899.
De família de músicos, iniciou os estudos de piano cedo. Enviado para a capital paulista, lá estudou com grandes professores no Conservatório Dramático. Mais tarde viajou para a Itália onde estudou e se formou em piano e regência pelo Real Conservatório de Nápoles.
Quando voltou ao Brasil recebeu diversos convites para trabalhar. Escolheu reger a orquestra de uma companhia de óperas e com ela viajou para vários estados do Brasil. Em uma das passagens da orquestra por Curitiba o pianista foi convidado pelo austríaco Leo Kessler para dar aulas de piano no Conservatório de Música do Paraná.
Com tantas possibilidades se abrindo para o jovem pianista, ele acabou ficando na capital paranaense onde organizou e regeu vários grupos artísticos, dentre eles a orquestra Mignon.
Tocou em salas de cinema, se apresentou inúmeras vezes em clubes e sociedades culturais de Curitiba e quando as rádios começaram uma fazer sucesso, Melillo teve espaço nas principais emissoras de Curitiba, onde atuou por vários anos.
Foi um dos responsáveis pela criação da orquestra do Clube Curitibano e da Sociedade Sinfônica de Curitiba, esta última organizada em conjuntos com os músicos Ludovico Seyer e Romualdo Suriano.
Chegou a ter sua própria escola de música, a Academia de Música do Paraná, fundada em 1931. Após duas décadas lecionando à frente da Academia uniu-se a Clotilde Leinig e ambos a transformaram no Conservatório Estadual de Canto Orfeônico do Paraná.
Melillo compôs muitas obras reverenciando o Paraná, seu povo e sua cultura.
De suas composições, o songbook destaca as valsas ‘Morena’ e ‘Senhorita Curitiba’.
Em 1966 um acidente automobilístico tirou sua vida.