Leonor Bianchi
Uma vez em Brasília obviamente Jacob do Bandolim iria a um sarau na casa da amiga Neusa França, compositora do hino de Brasília e quem o havia apresentado aos novos amigos músicos ‘e médicos’ Velloso e Assis, responsáveis por sua estada na nova capital federal.
Em sua casa no Rio de Janeiro, os saraus de Neusa eram frequentados por muitos artistas, músicos, poetas… Quem estava sempre às sextas-feiras prestigiando os encontros era Lamartine Babo, Francisco Mignone, a pianista Tia Amélia e o próprio Jacob do Bandolim.
Em Brasília, Neusa aproveitou a estada do amigo Jacob e organizou um grande sarau para homenagear o maior bandolinista brasileiro daqueles tempos. No dia 18 de novembro de 1967 ela recebeu cerca de 60 pessoas em seu apartamento, que foram até lá admirar e prestigiar a arte do instrumentista.
Dizem que foi uma noite memorável! Jacob agradecendo à amiga tocou em seu bandolim a composição “Mariposa da luz” da pianista, e deixou a todos surpresos com uma interpretação que fez de uma valsa de Chopin e das “Czardas” de Monti, em dueto com o violonista Ricardo Wagner. Nesta noite Jacob disse que Chico Buarque era para ele um dos maiores compositores da música popular brasileira daquela geração e que sua obra ficaria para a eternidade… Como era de costume, o marido de Neusa, Osvaldo, guardião da memória desses encontros, registrou todos os acontecimentos desta noite em áudio.