Alessandro Garcia: O Luthier de Sopros dos instrumentistas das orquestras mais importantes do Brasil 2


Por Leonor Bianchi

Venezuelano de San Cristóbal, o luthier de sopros Alessandro Garcia é o nosso entrevistado desta edição da Revista do Choro.

Clarinetista da Orquestra Sinfônica da Venezuela por 15 anos, Garcia dedica-se à lutheria, ofício que aprendeu com grandes mestres do mundo inteiro, mas, sobretudo, com o exímio luthier venezuelano, o professor Abraham Saavedra, acerca de oito anos.

Morando no Brasil, mantém um ateliê em Belo Horizonte, por onde já passaram instrumentos de instrumentistas das orquestras mais importantes do Brasil, como ele nos conta nesta breve entrevista.
Conheçam um pouco do luthier Alessandro Garcia e do seu trabalho.

O luthier Alessandro Garcia em seu ateliê, em Belo Horizonte.

O luthier Alessandro Garcia em seu ateliê, em Belo Horizonte.

A entrevista…

Revista do Choro: Conte um pouco sobre quem é você, sua origem, como começou a trabalhar como Luther de instrumentos de sopro…

Alessandro Garcia: Sou Venezuelano, da cidade de San Cristóbal, fronteira com a Colômbia. Durante 15 anos fui clarinetista da Orquestra Sinfônica da Venezuela. Comecei a trabalhar como Luther há a uns sete, oito anos, treinado na oficina do professor Abraham Saavedra, reconhecido Luther da Venezuela.

Revista do Choro: Como se deu seu envolvimento com a clarineta e com os instrumentos de sopro?

Alessandro Garcia: Aos 13 anos de idade fiquei apaixonado pela música e tive a grande sorte de ganhar uma clarineta do meu pai. Foram muitos anos de estudo intenso, dedicação exclusiva e maravilhosas vivências. Participei em muitas gravações de Cd´s, programas de TV ao vivo para a televisão, tours quase pela Europa toda e os Estados Unidos, e também ministrei aulas durante muitos anos.

Revista do Choro: Quais instrumentos você toca?

Alessandro Garcia: O clarinete, logicamente, é meu instrumento principal, e no meu trabalho como Luther é aprendido um pouco de oboé, flauta, saxofone e fagote.

Revista do Choro: Quem foi seu grande mestre e lhe ensinou o ‘pulo do gato’?

Alessandro Garcia: Como músico, foi o meu grande maestro, amigo e companheiro da Orquestra Sinfónica da Venezuela, o professor Alejandro Montes de Oca, e como técnico, o professor Abraham Saavedra (Venezuela), que me ensinou a nobreza do ofício e a paixão por devolver a beleza original aos instrumentos que passam pelas minhas mãos. Recentemente, também tenho o privilégio de aprender com pessoas que hão fortalecido esses conhecimentos pela sua experiência, como os maestros John Weir no Canadá, Ludwig Frank, na Alemanha, Emilio Martines, da Espanha e, aqui no Brasil, com o professor Araken Bustos, que tem sido um grande amigo nestas terras brasileiras.

Revista do Choro: Você tem um catálogo com todos os instrumentos que já passaram pelas suas mãos?

Alessandro Garcia: Não tenho um catálogo de todos os instrumentos que passaram pelas minhas mãos, porem conservo fotos daqueles que tem representado um desafio e por conseguinte dado grande satisfação ao terminar o trabalho.

Revista do Choro: Você tem ideia de quantos instrumentos já passaram pelo seu atelier?

Alessandro Garcia: A conta a perdi já um tempão atrás rsrsrs são muitos os instrumentos que passam por aqui todos os ano.

Revista do Choro: Qual foi o instrumento que mais o desafiou? Por quê?

Alessandro Garcia: com toda segurança posso falar que foi o oboé por ser um instrumento que demanda uma técnica muito precisa e refinada na ensapatilhada, uma revisão e ajuste minucioso da madeira e um claro conhecimento do mecanismo e da regulagem, e além de tudo isso, você precisa estudar o instrumento o que já é bem complexo rsrsrs

Revista do Choro: Qual a sua relação com o choro?

Alessandro Garcia: Na Venezuela eu tinha uma agrupação musical com a qual interpretava música tradicional e o choro sempre esteve presente no meu repertório. Sempre que participei em festivais na Europa incluía algum choro no repertório, além de ser admirador dos grandes maestros Paulo Moura, Paulo Sergio Santos e logicamente Abel Ferreira.

Revista do Choro: Diga o nome de alguns instrumentistas que costumam confiar a você seus instrumentos.

Alessandro Garcia: Na atualidade recebo instrumentos do Brasil todo e regularmente atendo músicos eruditos e populares na minha oficina, desde os solistas das orquestras mais importantes do Brasil, até os jovens estudantes das universidades federais e integrantes de bandas.

Revista do Choro: Onde fica sua lutheria? Ela é aberta para visitas?

Alessandro Garcia: A oficina está na Rua dos Carijós, N.424, sala 1205, Praça 7, Belo Horizonte, MG, e está aberta para o atendimento ao público de segunda à sexta-feira, durante o horário comercial e aos sábados, das 9h às 12h.

Revista do Choro: Deixe seu site e contatos para os leitores Revista do Choro.
Alessandro Garcia:  http://consertodesopros.blogspot.com.br/, https://www.facebook.com/ConsertodeSopros
https://www.youtube.com/watch?v=iyHB3QMvj9s&ab_channel=ConsertodeSoprosAlessandroGarcia

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Author: imprensabr


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2 thoughts on “Alessandro Garcia: O Luthier de Sopros dos instrumentistas das orquestras mais importantes do Brasil

  • Petar

    First of all Alessandro is a very nice person and very good luthier as well .
    I think He knows everthing about woodwinds and there repeir!

  • Leandro Graciano de Santana

    Preciso consertar minha flauta e preciso disso urgente, quando você cobra em média pela reforma de um instrumento.