Leonor Bianchi
Há exatamente um século atrás, numa terça-feira, dia 7 de agosto de 1923, nosso maestro Pixinguinha, Alfredo da Rocha Vianna, apareceu num anúncio publicado num dos jornais de mais prestígio da capital do Brasil: o Correio da Manhã.
Com a chamada “Pixinguinha: o rei do sopro – Assombroso flautista”, o anúncio convida para uma apresentação do músico com Octávio Vianna, apelidado de Catolé.
A apresentação era a estreia d’Os Oito Batutas no cinema Rialto, “com seu admirável repertório de músicas e canções sertanejas”.
Octávio Viana era o China violonista irmão de Pixinguinha.
O anúncio foi publicado na parte inferior esquerda da página 6, na coluna dos destaques da agenda cultural.
Uma enorme quantidade de remédios patrocinam a página, como por exemplo o Guarafeno, remédio para todas as dores”, a fórmula de iodo para bronquite fabricada pela drogaria Granado, que era uma botica das mais tradicionais do Rio de Janeiro, e até a “manteiga phosphatada Simões” fabricada por uma outra drogaria tradicional da cidade: a Pacheco.
Na mesma página há também um pequeno anúncio falando sobre o valor acumulado do sorteio da loteria: R$ 50 milhões de cruzeiros!
Ao lado direito inferior – um anúncio destaca a apresentação circense da dupla Maciste e moleque Gyby, no Cine Palais, onde o próprio Pixinguinha fez sua primeira apresentação com os Oito Batutas, em 7 de abril de 1919.
